Rio de Janeiro, 06 de Dezembro de 2025

Reforma da Previdência: debate ganha espaço na agenda política

Enquanto o governo ainda busca uma fórmula para propor mudanças nas regras da Previdência, o tema enfrenta resistência de movimentos sociais

Domingo, 21 de Fevereiro de 2016 às 12:57, por: CdB
Por Redação, com ABr - de Brasília:   Enquanto o governo ainda busca uma fórmula para propor mudanças nas regras da Previdência, o tema enfrenta resistência de movimentos sociais e do próprio PT. Com divergências internas sobre o assunto, o diretório nacional do partido vai se reunir na próxima sexta-feira, no Rio de Janeiro, para tentar unificar posição.
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Desde janeiro, a presidenta deixou claro que o país vai ter que “encarar” a reforma
O impasse dentro do PT irritou integrantes da base aliada na Câmara. O vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE), defensor da reforma da Previdência, cobrou apoio. Costa e outras lideranças governistas têm ouvido apelos sistemáticos da presidenta Dilma Rousseff, nas reuniões semanais no Palácio do Planalto, para que trabalhem pela viabilização da proposta que ainda não está concluída. – O PT sabe que a reforma da Previdência é numa visão de futuro, e que não vamos mexer em direitos adquiridos do trabalhador – disse Costa. O pernambucano já mantém conversas com outros parlamentares em busca de mais apoio, inclusive de partidos de oposição. Segundo ele, até o PSDB, que é um dos opositores mais representativos do governo, sinalizou disposição em votar a matéria, desde que o PT feche questão a favor da reforma. Mesmo com o esforço mantido pela equipe de Dilma, o apoio das bancadas ainda não se efetivou. Na última semana, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tentou convencer a bancada do PT no Senado, em uma reunião para tratar especificamente do tema. Depois, na última sexta-feira (19), o senador Jorge Viana (PT-AC) usou o plenário para desencorajar o Planalto a encabeçar a proposta e evitar um desgaste. – É para atender a uma expectativa do mercado, porque a proposta que estão querendo fazer, de Previdência, é para entrar em vigor daqui a dez anos. Poderíamos ter feito há dez anos, há 20 anos, e devemos fazer, mas a reforma não vai mudar nada imediatamente – afirmou. Mas o recado de Dilma tem se intensificado, e o Planalto não pretende voltar atrás. Desde janeiro, a presidenta deixou claro que o país vai ter que “encarar” a reforma. Um dos pontos polêmicos é o que trata da idade mínima para a aposentadoria. Durante o Fórum de Debates sobre Políticas de Trabalho, Emprego, Renda e Previdência Social, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, tentou minimizar as críticas de parlamentares e movimentos sociais e reforçou que todas as correntes serão ouvidas antes da elaboração do texto final da proposta de reforma. Segundo Rossetto, o governo ainda não tem uma posição fechada sobre a matéria que terá que ser submetida à votação no Congresso Nacional.
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