Rio de Janeiro, 04 de Maio de 2025

Recessão afasta nove entre dez brasileiros do consumo

Mas boa parte das pessoas que não conseguiram realizar seus projetos no ano passado, devido à recessão econômica, se mostra disposta a efetivar seus planos em 2016

Sábado, 23 de Janeiro de 2016 às 15:17, por: CdB

Mas boa parte das pessoas que não conseguiram realizar seus projetos no ano passado, devido à recessão econômica, se mostra disposta a efetivar seus planos em 2016

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
Pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto Data Popular mostra que nove entre dez brasileiros diminuíram o consumo no ano passado, devido à recessão da economia. As entrevistas foram feitas entre os dias 4 e 12 de janeiro com 3,5 mil consumidores maiores de 16 anos em 153 municípios de todos os Estados.
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A recessão econômica é um martírio para o trabalhador
Segundo os dados, dos 99% dos consultados que acreditam que o país está em crise, 81% têm certeza de que vivenciam um período de recessão. Para 55%, esta é a pior crise que já enfrentaram. De acordo com o presidente do instituto, Renato Meirelles, isso acontece por dois fatores. O primeiro deles é que existe hoje um contingente enorme de consumidores que não participavam do mercado na época em que o Brasil conviveu com hiperinflação. – Não eram adultos na época da hiperinflação. É, de fato, um conjunto de consumidores jovens que tendem a achar que esta é a maior crise. A gente já teve crises com taxas de desemprego maiores, com o país com menos reserva internacional do que tem hoje, com mais inflação – disse Meirelles, para quem a crise atual não é a maior que o país atravessa. Outro fator, segundo Meirelles, é que nas crises anteriores, de 2002  de 2008, em geral, as pessoas tinham a sensação de que estava difícil comprar um bem ou produto ou melhorar de vida. Segundo ele, hoje a sensação de “voltar para trás” e isso aumenta a percepção de que esta é a maior crise. Como a situação atual veio depois de um processo de crescimento forte, da democratização do consumo, de os brasileiros passarem a ter acesso a produtos e serviços que antes não consumiam, a sensação de perda se torna mais forte, disse Renato Meirelles.

Recessão sem fim

O presidente do Data Popular observou, entretanto, que boa parte das pessoas que não conseguiram realizar seus projetos no ano passado, em função da crise, se mostra disposta a efetivar seus planos em 2016. Do percentual de 63% que planejaram comprar um imóvel em 2015, mas encerraram o ano sem cumprir a meta, 35% acreditam que conseguirão realizar o sonho este ano. O percentual sobe para 69% se for considerado o universo de pessoas que planejaram comprar um eletrodoméstico em 2015 e não conseguiram (54% dos entrevistados). – A pesquisa mostrou que o consumidor está se programando para realizar seus planos, seja buscando uma renda extra, fazendo escolha do que é prioritário ou não no seu gasto, seja buscando financiamento, para voltar a comprar aquilo que ele tinha pensado em ter no ano passado e não comprou – disse. Significa que a crise funciona como uma alavanca para que as pessoas retomem o que haviam programado. – É um consumidor que entra nesta crise mais preparado do que em crises anteriores – ressaltou Meirelles. Outro aspecto evidenciado por esse cenário é que a estratégia das empresas que querem conquistar esse consumidor tem que mudar, segundo Renato Meirelles. – Em um cenário de crise, as empresas têm que ganhar dos seus concorrentes. Esse é o momento de as empresas consolidarem seus clientes fiéis e avançarem sobre a concorrência, que é a consequência disso no mercado – disse, ao destacar que as empresas que souberem fidelizar o consumidor e se mostrar de alguns forma como parceira terão mais chances de crescer do que outras.
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