Rio de Janeiro, 25 de Abril de 2025

Presidenciáveis contrários à regulamentação de armas não terão apoio, diz Obama

O presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu que não fará campanha ou apoiará candidatos presidenciáveis

Sexta, 08 de Janeiro de 2016 às 09:49, por: CdB

 

Até agora, apenas os vendedores de armas com licença federal eram obrigados a verificar os antecedentes dos compradores

Por Redação, com ABr - de Atlanta, EUA: O presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu que não fará campanha ou apoiará candidatos presidenciáveis que não defendam uma mudança  maior na regulamentação da venda de armas. Em entrevista à rede CNN, ele defendeu a maior regulamentação do setor, além de ter um artigo de sua autoria publicado hoje no The New York Times. Desde que anunciou a publicação de um decreto, na última terça-feira, que determina maior rigor na verificação de antecedentes criminais para a venda de armas, Obama participa de entrevistas e palestras para convencer a opinião pública. No artigo publicado, o presidente garantiu que votará contra membros do seu próprio partido, se necessário. Até agora, a candidata democrata, Hillary Clinton, foi quem defendeu que o controle de armas seja ampliado e que o Congresso coloque o tema em pauta. Entre os republicanos, a maioria é contrária a qualquer mudança na atual legislação. Em todas as entrevistas concedidas e no artigo publicado nessa quinta-feira, Obama admite que a meta de reduzir a violência será difícil, mas pede “bom senso” ao Congresso. Até agora, apenas os vendedores de armas com licença federal eram obrigados a verificar os antecedentes dos compradores. As regras atuais não abrangiam os mercados informais, como feiras ou sites. A campanha de Obama para convencer a população apresentou resultados esta semana. Pesquisa divulgada na imprensa norte-americana revela que 67% dos entrevistados querem algum tipo de mudança na legislação sobre armas e aprovam o decreto assinado pelo presidente.
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O presidente norte-americano, Barack Obama, defende maior controle na venda de armas

Republicanos criticam medidas

Os críticos do presidente norte-americano, Barack Obama, classificaram na última terça-feira as medidas propostas para controle de armas como um ataque aos direitos constitucionais dos cidadãos. Os pré-candidatos presidenciais republicanos prometeram rejeitá-las imediatamente se forem eleitos em novembro. Barack Obama, limpando as lágrimas enquanto pedia aos cidadãos e aos legisladores para serem mais firmes na luta contra a violência armada, anunciou medidas para reforçar a verificação de antecedentes federais dos compradores antes da venda de armas, exigir que os comerciantes de armas tenham licença ou enfrentem processo criminal e expandir os meios de tratamento de saúde mental. Em plena campanha para as primárias das presidenciais, os republicanos reagiram de imediato, com o pré-candidato à Casa Branca Jeb Bush alertando que Obama está “tentando contornar” a Constituição dos Estados Unidos, apesar de a ameaça terrorista ter aumentado. – Em vez de tirar as armas das mãos dos cidadãos cumpridores da lei, como Obama e (Hillary) Clinton gostariam de fazer, devíamos nos concentrar em manter as armas fora das mãos dos terroristas, que querem matar americanos inocentes – escreveu Bush no jornal Iowa’s Gazette. – Quando eu for presidente dos Estados Unidos, revogarei os decretos anti-armas de Obama no primeiro dia do meu governo – acrescentou Jeb Bush. Outro pré-candidato republicano, Marco Rubio apoiou Bush. Mais distante da possibilidade de nomeação, Mike Huckabee, também republicano, repreendeu Obama, comparando a luta pelo controle de armas com outro grande cavalo de batalha da sociedade norte-americana: o aborto. O ex-administrador de empresas Carly Fiorina classificou a jogada de Obama como “abuso inconstitucional desrespeitador da lei”, enquanto o neurocirurgião Ben Carson, também pré-candidato à Casa Branca, observou que o presidente está apenas “cumprindo sua agenda política”. No discurso na Casa Branca, Obama disse que não houve nenhuma “rasteira” no sentido de reduzir os direitos dos proprietários de armas ou de confiscar armas. Mas os críticos, incluindo os republicanos do Congresso, acusaram-no de intimidação que mina os direitos dos portadores de armas. – Independentemente do que o presidente Obama diz, sua palavra não se sobrepõe à segunda emenda – disse o presidente da Câmara, Paul Ryan. Vários democratas falaram em defesa dos planos de Obama, incluindo os três candidatos à nomeação do respectivo partido para as eleições presidenciais. A pré-candidata Hillary Clinton agradeceu a Obama no Twitter. Segundo ela, Barack Obama “deu um passo fundamental para combater a violência armada”. – O nosso próximo presidente tem de prosseguir esse caminho e não destruí-lo – concluiu Hillary.
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