Presença militar dos EUA declina e protestos aumentam no Iraque
As guerras em que os EUA estão envolvidos no mundo, principalmente no Oriente Médio, têm se ampliado e, diante de fatores cada vez mais adversos, a degradação das forças armadas passa a ser um ponto de reflexão
As guerras em que os EUA estão envolvidos no mundo, principalmente no Oriente Médio, têm se ampliado e, diante de fatores cada vez mais adversos, a degradação das forças armadas passa a ser um ponto de reflexão
Por Redação, com agências internacionais - de Bagdá
Ao menos quatro manifestantes contrários ao governo foram mortos e outros 90 ficaram feridos quando forças iraquianas de segurança os expulsaram da altamente protegida Zona Verde de Bagdá, disseram fontes de segurança neste sábado. A força dos protestos e o declínio da presença militar norte-americana tem sido observada, de perto, por analistas internacionais.
A presença militar dos EUA está menor em países do Oriente Médio
Forças de segurança do Iraque usaram munição, balas de borracha, jatos de água e gás lacrimogêneo na sexta-feira para dispersar manifestantes do distrito central, onde estão prédios governamentais, o Parlamento e diversas embaixadas, entre elas a dos EUA. De longe, o prédio que marca a presença yankee no país é o mais protegido.
Entre os milhares de manifestantes, havia apoiadores do clérigo Moqtada al-Sadr, inimigo mortal dos norte-americanos, e pessoas de outros grupos frustrados com o fracasso do governo em aprovar reformas anticorrupção e garantir a segurança. Na sexta-feira, o governo impôs por um curto período de tempo toque de recolher em Bagdá, e autoridades disseram mais tarde que a ordem havia sido restabelecida depois do protesto.
O total de mortos e feridos, compilado em quatro hospitais para onde foram levadas as vítimas, representa apenas os atingidos por balas e não inclui casos de sufocamento causado por gás lacrimogêneo.
Civis conseguiram entrar na zona verde duas vezes nas últimas três semanas, levantando dúvidas sobre a capacidade de o governo manter a segurança no local. Houve ainda um aumento nos casos de bombas neste mês, cuja detonação foi reivindicada pelo Estado Islâmico.
Presença inquientante
Ao longo das últimas semanas, a presença dos EUA no Iraque tem passado por momentos inquietantes. Os norte-americanos e seus aliados tiveram como alvo o Estado Islâmico em 18 ataques no Iraque e sete na Síria na sexta-feira, disse um porta-voz do exército.
Quatro dos ataques no Iraque ocorreram perto de Mosul, atingindo quatro unidades táticas do Estado Islâmico e três veículos, disse um comunicado. Na Síria, quatro dos ataques ocorreram próximos a Ar Raqqah e atingiram um esconderijo de armas do Estado Islâmico e um posto de checagem, acrescentou o documento.
As guerras em que os EUA estão envolvidos no mundo, principalmente no Oriente Médio, têm se ampliado para mais de duas décadas e, diante de fatores cada vez mais adversos, a degradação das forças armadas passa a ser um ponto de reflexão para os analistas militares. Neste sábado, um dos mais conhecidos sites analíticos dos EUA enumerou as razões devido às quais o exército norte-americano está lentamente se degradando.
O jornal norte-americano The National Interest publicou recentemente um artigo, da autoria do analista internacional Justin Johnson, em que o autor nota que há todos os fundamentos para considerar que o exército dos EUA está perdendo força.
O autor argumenta a sua opinião pelo fato de que nos últimos cinco anos o orçamento militar dos EUA foi reduzido quatro vezes o que, de acordo com Johnson, levou a consequências bastante negativas. Para mostrar toda a seriedade da situação ele também enumerou outros traços de "agonia" das Forças Armadas.
O primeiro é o fato de a redução orçamental obrigar os fuzileiros navais norte-americanos a procurar peças para os caças F-18. Eles as vão buscar aos aviões que foram considerados sucata e levados para museus das Forças Armadas. Apenas 30% dos aviões estão operacionais, segundo o jornal.
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