Rio de Janeiro, 05 de Maio de 2025

Premiê francês alerta para risco de ataques químicos

A França corre o risco de sofrer ataques com armas químicas e biológicas no decorrer da luta contra jihadistas, disse nesta quinta-feira o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

Quinta, 19 de Novembro de 2015 às 08:25, por: CdB
Por Redação, com DW - de Paris: A França corre o risco de sofrer ataques com armas químicas e biológicas no decorrer da luta contra jihadistas, disse nesta quinta-feira o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. – Não podemos descartar nada. Digo isso com toda a precaução necessária, mas sabemos e temos em mente que há também o risco de armas químicas e biológicas – disse Valls. "A macabra imaginação de mentores (de atentados) é ilimitada", ressaltou. Valls foi ao Parlamento francês para defender a prorrogação do estado de emergência que foi declarado após os ataques que deixaram 129 mortos em Paris na sexta-feira.
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Em discurso ao Parlamento da França, Manuel Valls afirma que ameaça de atentados desse porte não deve ser descartada e pede que União Europeia aprove lei que permite compartilhamento de dados de passageiros aéreos Supostos terroristas encontrados pela polícia francesa em batida no subúrbio de Saint-Denis estavam prontos para agir, segundo procurador da República de Paris
O primeiro-ministro aproveitou ainda a ocasião para pedir que a União Europeia (UE) aprove urgentemente medidas para facilitar o compartilhamento de dados de passageiros aéreos. – Mais do que nunca é hora da Europa garantir o rastreamento de movimentos, inclusive dentro do bloco. Essa é uma condição para nossa segurança coletiva – disse Valls. Grupo de Saint-Denis Os supostos militantes islâmicos encontrados pela polícia francesa na quarta-feira em operação com tiroteio em Saint-Denis , subúrbio de Paris, estavam prontos para agir, disse o procurador da República de Paris, François Molins. – Uma nova equipe de terroristas foi neutralizada e tudo indica, com base em suas armas, sua estrutura organizacional e sua determinação, que o comando poderia ter atacado – disse o procurador em coletiva de imprensa. Com base nas informações de três fontes, a agência de notícias Reuters noticiou que o grupo planejava atacar o distrito financeiro de La Defense, na capital francesa. Uma fonte próxima aos investigadores afirmou que o ataque estava sendo preparado para quinta-feira no distrito onde estão sediadas algumas das maiores empresas da França, como a gigante do petróleo Total e o banco Société Générale. Várias fontes policiais disseram que os alvos eram o shopping center Quatre Temps e a praça principal do distrito, situado na parte oeste de Paris, segundo a Reuters. – As forças policiais estavam procurando terroristas que estavam preparando outro ataque, com base em informações dos serviços de contraterrorismo locais e do exterior – teria dito a fonte próxima à investigação. Durante a operação, uma mulher morreu, ao explodir um cinto de explosivos preso ao corpo, e outro militante morreu quando a polícia invadiu o apartamento em Saint-Denis. A ação policial foi deflagrada como parte da investigação em torno dos atentados da semana passada, que deixaram 129 mortos. Segundo Molins, os investigadores ainda não podem divulgar a identidade dos dois mortos e dos oito presos na batida policial. O procurador afirmou que a polícia encontrou um celular que pertencia a um dos autores dos ataques da última sexta-feira. Mentor dos ataques O jornal norte-americano Washington Post noticiou que Abdelhamid Abaaoud , o militante islâmico belga de origem marroquina acusado de ser o mentor dos ataques de 13 de Novembro, é um dos dois mortos na batida policial em Saint-Denis. Segundo o jornal, a confirmação teria sido feita por especialistas forenses e por funcionários da inteligência francesa, em condição de anonimato.
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Molins afirmou que Abaaoud não foi preso na operação. "Abaaoud e Salah Abdeslam não estão entre os detidos", disse, referindo-se ao suposto mentor e a um suspeito de ter participado dos ataques de sexta-feira que está em fuga. – Eles estavam esperando encontrar Abdelhamid Abaaoud, mas se depararam com outra coisa, um grupo que estava se preparando para atacar La Defense – disseram fontes policiais à agência inglesa de notícias Reuters. O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, também sugeriu a existência de outro plano de ataque. "Essas operações foram conduzidas contra pessoas que podiam ter atacado novamente e, mais uma vez, vemos que crimes, assassinatos e barbaridade foram evitados." As fontes policiais que falaram à agência Reuters indicaram que Paris tinha recebido informações sobre o planejado ataque em La Defense do serviço de inteligência de Marrocos, que enviou quatro de seus funcionários à França para ajudar a polícia. François Hollande O presidente francês, François Hollande, pediu na quarta-feira aos franceses que não cedam ao medo depois dos atentados que deixaram 129 mortos. – A operação antiterrorista em Saint-Denis confirmou mais uma vez que estamos em guerra, uma guerra contra o terrorismo que decidiu, ele mesmo, conduzir-nos à guerra – disse Hollande num discurso a prefeitos reunidos em Paris. Ele disse que quer uma ampla coalizão contra o "Estado Islâmico" (EI), responsável pelos atentados. Hollande pretende viajar na próxima semana para Washington e Moscou, a fim de convencer os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin da necessidade de combater conjuntamente o grupo jihadista , que domina o norte da Síria e do Iraque. – Através do terror, o Daesh (acrônimo árabe do "Estado Islâmico"quer semear, pelas suas matanças, o veneno da suspeita, da estigmatização, da divisão. Não cedamos à tentação de recuar, não cedamos também ao medo, aos excessos e aos exageros – afirmou. O presidente defendeu as "restrições temporárias das liberdades", assegurando que "recorrer a elas é a forma de permitir restabelecê-las plenamente". Depois dos atentados, "a nossa coesão social é a nossa melhor resposta e a nossa união nacional é dela expressão. Devemos ser implacáveis contra todas as formas de ódio. Nenhum ato xenófobo, antissemita ou antimuçulmano deve ser tolerado", disse.
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