Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2025

Polícia busca suspeitos de matar dublador de Harry Potter

Policiais do Bope e do Batalhão de Choque fizeram nesta quinta-feira uma operação na comunidade do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro para prender os criminosos envolvidos na morte de um policial militar.

Quinta, 01 de Outubro de 2015 às 09:35, por: CdB
Por Redação, com agências - do Rio de Janeiro: Policiais do Bope e do Batalhão de Choque fizeram nesta quinta-feira uma operação na comunidade do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro para prender os criminosos envolvidos na morte de um policial militar. Moradores relataram em redes sociais que houve um intenso tiroteio durante a operação nesta quinta. As ruas da região ficaram desertas e o funcionamento do teleférico precisou ser interrompido, devido à insegurança no local.
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Caio César Ignácio Cardoso de Melo, foi baleado em confronto na região da UPP
Escolas tiveram suas atividades suspensas, devido à operação, e 550 estudantes da rede municipal de ensino ficaram sem aula. As unidades estaduais estão funcionando normalmente. O confronto aconteceu na quarta-feira quando policiais realizavam patrulhamento pela região do Campo do Sargento quando bandidos realizaram disparos contra os PMs. O policial e dublador da personagem Harry Potter, Caio César Ignácio Cardoso de Melo, foi baleado em confronto na região da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Fazendinha, que integra o Complexo do Alemão. Ele passou por cirurgia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu os ferimentos. Parentes e amigos lamentaram a morte do dublador. O sepultamento do corpo do policial aconteceu nesta quinta-feira.

Jovem morto

Dezenas de pessoas compareceram na quarta ao enterro do corpo de Eduardo Felipe Santos Victor, 17 anos, supostamente morto na terça-feira por policiais militares no Morro da Providência, no Centro do Rio de Janeiro. Alguns levavam cartazes em protesto contra a atuação dos quatro PMs flagrados pelo celular de um morador no momento em que colocavam uma arma na mão de Eduardo, já estendido no chão. O vídeo mostra quando um deles aparece dando dois tiros com a arma. As imagens foram divulgadas nas redes sociais. A comunidade tem Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde 2010. – Isso serve para mostrar que hoje não morremos de bala perdida, de troca de tiros. Há 15 dias ocorreu a mesma coisa na comunidade – declarou Railda França, uma amiga da família que foi ao velório. – Fica tudo escondido, ninguém toma providência. Está vergonhoso o que está ocorrendo com nossas crianças. Se um morador não tivesse filmado, seria mais um caso de impunidade. Os bandidos hoje são os policiais. A UPP deveria ser mudada – afirmou Railda. Na quarta-feira, a Polícia Militar declarou que as cenas divulgadas abalaram a imagem da corporação. Os quatro PMs foram ouvidos na 4ª Delegacia de Polícia, próxima do morro. Em seguida, foram levados à 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. Quando os policiais deixavam a delegacia, dentro de viaturas da PM, os moradores protestaram, obrigando a polícia a disparar bombas de gás contra o grupo, causando tumulto e correria no local. O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Delegacia de Homicídios, informou que a polícia está investigando a fraude, bem como a possibilidade do crime de homicídio. O advogado Felipe Simão, que representa três dos cinco policiais miltares suspeitos de forjarem um auto de resistência no Morro da Providência, no Centro do Rio, disse que o vídeo amador que mostra a ação dos policiais não transmite a realidade. Os policiais estão sendo investigados por supostamente colocar uma arma na mão de um jovem de 17 anos, já morto, e efetuarem disparos para simular que a vítima foi morta após atirar nos policiais. As imagens mostram inicialmente um policial entregando para outro, que está ao lado da vítima, um objeto preto. Depois, um dos policiais pega a arma, que seria da vítima, e efetua disparos para o alto. Segundo o advogado, o primeiro objeto entregue pelo policial ao outro é um rádio transmissor, que teria caído das mãos do adolescente, e não uma arma. “As imagens mostram supostamente um policial entregando uma arma para o outro que, posteriormente, efetua um disparo. Mas o objeto entregue, naquele momento, é um rádio transmissor que a vítima deixou cair ao ser baleada”, concluiu.
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