Na véspera, o presidente de facto, Michel Temer, fez uma visita à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Teólogo, um dos principais nomes da Teoria da Libertação, na Igreja Católica, e frei franciscano afastado de suas funções por ordem do papa João Paulo II, Leonardo Boff se pronunciou, em uma rede social, neste domingo, sobre a relutância da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em pautar a questão das prisões em segunda instância. A medida poderia, em tese, evitar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja preso, nos próximos dias.
Segundo Boff, a ministra confirma que o golpe de 2016 é, como disse o senador Romero Jucá (MDB-RR), um “golpe com Supremo, com tudo”. “Está se realizando o que o incorruptível Jucá propôs: ‘um acordão com o STF e tudo’. Os juizes, parecidos com aqueles da Alemanha daquele tempo sombrio, entraram no acordão. As demonstrações são claras.E a cristianíssima Carmen Lúcia nem pensa em colocar na pauta o habeas corpus de Lula”, escreveu.
Fora da agenda
Na véspera, o presidente de facto, Michel Temer (MDB), fez uma visita à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. Durante o encontro, eles disseram ter conversado sobre segurança pública e a intervenção federal decretada no Estado do Rio de Janeiro; há três semanas.
O encontro ocorreu no início da tarde, na residência da presidente do STF; e não constava na agenda oficial do emedebista. Ao sair da casa de Cármen Lúcia, Temer disse que ela se comprometeu em colaborar nos assuntos de segurança; tanto no Rio como em outros Estados. A situação dos presídios brasileiros também teria sido pautada no encontro, segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.
Após a reunião, Temer recebeu, no Palácio do Jaburu, os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco; e da Fazenda, Henrique Meirelles. A pauta da reunião, porém, não foi divulgada.