Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2025

MPF diz que compra de Pasadena pode ser cancelada

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, do Ministério Público Federal, disse nesta segunda-feira que os investigadores da operação Lava Jato encontraram provas que indicam o recebimento de propina por parte de ex-funcionários da Petrobras.

Segunda, 16 de Novembro de 2015 às 10:34, por: CdB
Por Redação, com ABr - de Curitiba: O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, do Ministério Público Federal, disse nesta segunda-feira que os investigadores da operação Lava Jato encontraram provas que indicam o recebimento de propina por parte de ex-funcionários da Petrobras em relação à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, o que pode resultar no cancelamento do negócio. – Pudemos aprofundar as investigações e nós já temos nomes de funcionários e colaborações que indicam o recebimento de propinas – disse o procurador em entrevista coletiva em Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato. – É importante este caso porque, quem sabe, com estas provas, nós consigamos, talvez, ou anular a compra, ou quem sabe talvez ressarcir o patrimônio público brasileiro – acrescentou. A controversa aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006, é investigada por vários órgãos. A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou em dezembro do ano passado perdas de US$ 659,4 milhões da Petrobras na compra da refinaria.
mpf.jpg
A controversa aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006, é investigada por vários órgãos
Ao final do processo de aquisição, a estatal pagou US$ 1,25 bilhão por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de US$ 685 milhões em melhorias operacionais e manutenção. A compra da "ruivinha", chamada assim por causa da ferrugem na refinaria, segundo Lima, foi um "péssimo negócio" em que muitos se beneficiaram, disse o procurador. Houve pagamento de propina por parte da Astra Oil, empresa que vendeu a refinaria à estatal, a então funcionários da Petrobras, afirmou Lima. A compra da refinaria de Pasadena é um dos alvos da nova etapa da operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda, assim como a construção da Rnest, refinaria também conhecida como Abreu e Lima.   Na nova etapa da Lava Jato, que recebeu o nome "Corrosão", foram expedidos 18 mandados judiciais tendo como alvo ex-funcionário da estatal suspeitos de recebimento de propina em contratos relacionados às duas refinarias. Em uma outra frente da nova fase, a PF investiga atuação de um novo operador financeiro no esquema identificado como facilitador de movimentação de recursos indevidos pagos a membros da diretoria de Abastecimento da Petrobras, à qual estão vinculadas as refinarias brasileiras. – Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro dentre outros crimes em apuração – disse a PF no comunicado. Um dos primeiros presos da Lava Jato foi o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que ficou no cargo entre 2003 e 2008, intervalo em que a Petrobras realizou a compra da refinaria de Pasadena. A Lava Jato prendeu ainda os ex-diretores de Serviços e de Abastecimento, Renato Duque e Paulo Roberto Costa, respectivamente, e Jorge Zelada, que sucedeu Cerveró na área internacional.  
Tags:
Edições digital e impressa