MPF denuncia ex-tesoureiro do PP por crimes investigados pela Lava Jato

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Publicado Sexta, 24 de Junho de 2016 às 09:57, por: CdB

Com relação ao crime de lavagem de dinheiro, pelo qual a esposa de Genu também foi denunciada, o MPF diz que para ocultar os recursos e dar aparência lícita ao dinheiro

Por Redação, com ABr - de Brasília:

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal, em Curitiba, o ex-tesoureiro do Partido Progressista (PP) João Claudio Genu pelo recebimento de mais de R$ 6 milhões em propina desviada de contratos da Petrobras. Ele é acusado pelos crimes de participação em organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos na estatal. Genu foi um dos presos na 29ª fase da operação, no mês passado.

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O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal, em Curitiba, o ex-tesoureiro do Partido Progressista (PP)

Além de Genu, que é ex-assessor parlamentar do ex-deputado José Janene, foram denunciadas, na noite de quinta-feira, mais cinco pessoas: Lucas Amorin Alves, Jayme Alves de Oliveira Filho, Rafael Ângulo Lopes e Carlos Rocha (o Ceará) e a mulher de Genu, Cláudia Contijo Genu. Na denúncia, os procuradores pedem que o valor para a reparação do dano seja fixado em R$ 357.945.680,52.

– As investigações apontaram que Genu era um dos beneficiários e articuladores do esquema de desvio de recursos da estatal petrolífera, recebendo um percentual fixo da propina destinada ao PP – diz a nota divulgada pela Procuradoria da República no Paraná. Entre as provas apresentadas pelos procuradores da Lava Jato, estão planilhas, depoimentos de colaboradores e e-mails. Foram encontrados também registros da portaria dos escritórios do doleiro Alberto Youssef que mostram que Genu visitou diversas vezes o local entre 2011 e 2014.

Pelo crime de corrupção passiva, o ex-assessor e ex-tesoureiro teria atuado junto com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa no recebimento de propina que soma R$ 357.945.680.52, entre 2007 e 2012. O valor corresponde a 1% do valor de contratos firmados entre a Petrobras e empreiteiras.

Posto da Torre

Segundo o MPF, a denúncia mostra que Genu recebeu R$ 4.393.195, 125 mil euros (R$ 475 mil) e US$ 390 mil (R$ 1.365.000) entre 2008 e 2013. O dinheiro era repassado por Alberto Youssef, que usava como emissários Rafael Angulo, Jayme Alves e Carlos Rocha. “Em outras oportunidades, o doleiro também utilizava a estrutura de lavagem de dinheiro montada no Posto da Torre, em Brasília, para o envio de propina. Neste caso, Genu contou com a ajuda do seu sócio, Lucas Amorin Alves, também denunciado, para a retirada dos valores no local”, acrescenta o texto.

Com relação ao crime de lavagem de dinheiro, pelo qual a esposa de Genu também foi denunciada, o MPF diz que para ocultar os recursos e dar aparência lícita ao dinheiro, Genu disponibilizou recursos em espécie para Cláudia comprar joias, no valor de R$ 134 mil, em uma loja especializada localizada em Brasília, entre 2013 e 2014. As joias não foram declaradas à Receita Federal.

– Para o MPF, a esposa de Genu tinha conhecimento direto que o dinheiro se tratava de produto de crime, considerando que, na época, o ex-assessor parlamentar já tinha sido condenado no processo do mensalão pelo saque em espécie de aproximadamente R$ 1,1 milhão das contas das empresas de Marcos Valério no Banco Rural – acrescenta a nota.

A assessoria de comunicação da defesa de João Claudio Genu e de sua esposa informou que ainda não tem conhecimento da denúncia.

O PP informou que não se pronuncia sobre a denúncia oferecida contra Genu. “Mas, o partido reitera que não compactua com atos ilícitos e acredita no trabalho da Justiça para esclarecer os fatos.”

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