Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2025

Manifestantes protestam contra Donald Trump nos EUA

Milhares de pessoas saíram às ruas dos Estados Unidos na noite anterior para protestar contra a eleição do republicano Donald Trump como presidente

Quinta, 10 de Novembro de 2016 às 08:42, por: CdB

De Nova York a Los Angeles, norte-americanos saem às ruas para manifestar repúdio à vitória do republicano na eleição presidencial. Cartazes trazem mensagem como: "Este não é meu presidente" e "Não ao racismo"

Por Redação, com agências internacionais - de Nova York:

Milhares de pessoas saíram às ruas dos Estados Unidos na noite anterior para protestar contra a eleição do republicano Donald Trump como presidente. De Nova York a Los Angeles, pelos menos 10 cidades registraram manifestações. A maior parte foi pacífica, mas algumas resultaram em confrontos com a polícia.

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Em Nova York, milhares marcharam rumo à Trump Tower Em Chicago, cerca de 1.800 pessoas se reuniram em frente ao Trump International Hotel

Em Washington, capital do país, centenas se reuniram em frente à Casa Branca para uma vigília contra o que consideram racismo, machismo e xenofobia de Trump. Nos cartazes, lia-se: "Nós temos voz!" e "Educação para todos!"

Em Nova York, milhares marcharam rumo à Torre Trump. Residência do presidente eleito e sede da Trump Organization, situada na Quinta Avenida. Alguns carregaram cartazes onde se lia "Dump Trump" ("Jogue Trump no lixo"). Segundo o jornal The New York Times, a polícia prendeu 15 pessoas no local.

Protesto

Em Los Angeles, manifestantes bloquearam o tráfego de umas das principais vias da cidade ao sentarem na intersecção entre as rodovias 110 e 101. A polícia reagiu com equipamento antimotim e prendeu 13 pessoas, segundo a mídia local.

Um grupo de cerca de 300 estudantes, a maioria de origem latina, também marchou rumo à prefeitura de Los Angeles, com cartazes com dizeres como: "Este não é meu presidente" e "Não ao racismo".

Segundo a polícia, outras 6 mil pessoas fecharam o trânsito em Oakland, na Califórnia. Atiraram objetos contra o batalhão, atearam fogo em latas de lixo, quebraram janelas e dispararam fogos de artifício.

O protesto foi desfeito com gás lacrimogêneo. Segundo uma testemunha da agência inglesa de notícias Reuters. Dois policiais ficaram feridos e duas viaturas foram danificadas. Disse Johnna Watson, porta-voz  do Departamento de Polícia de Oakland à rede CNN.

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Em Chicago, cerca de 1,8 mil pessoas se reuniram em frente ao Trump International Hotel and Tower. Aos gritos de "Não a Trump! Não ao KKK! Não aos Estados Unidos racistas!". A manifestação foi cercada pela polícia. Não houve registros de violência ou prisões.

Centenas também se reuniram em Seattle, Austin, Filadélfia, Boston e Portland. Em Seattle, a um tiroteio com várias vítimas foi registrado perto do local onde era realizada uma manifestação anti-Trump. Segundo a polícia, o incidente não teve relação com o protesto.

Imigrantes

Em 2013, dos 8,8 milhões de residentes legais qualificados para uma naturalização, quase 2,7 milhões eram mexicanos, ou seja, o maior número de cidadãos estrangeiros registrados pelas autoridades. Mas somente 36% haviam optado por se tornar cidadãos americanos, sendo que esse índice é de 68% entre todos os outros imigrantes legais.

Em junho de 2015, o discurso de candidatura de Donald Trump em Nova York causou um choque, comparando os imigrantes mexicanos a "estupradores" e "traficantes". Pouco depois, ele prometeu construir um muro ao longo da fronteira "pago pelo México" e "expulsar 2 milhões de criminosos estrangeiros assim que pusesse os pés na Casa Branca”.

Motivados pelo temor de ver o empresário aplicando seu programa, famílias inteiras latinas correram para as urnas. Tanto que o número de novos eleitores hispânicos se tornou "verdadeiramente histórico", ressaltou Daniel Smith, professor de ciências políticas na Universidade da Flórida, que ainda acrescentou, a alguns dias da eleição e sem nenhuma ironia: "Donald Trump fez mais do que qualquer outro candidato democrata."

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