Manifestação de alunos bloqueia rodovia em São Paulo

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Publicado segunda-feira, 7 de dezembro de 2015 as 09:53, por: CdB

Por Redação, com agências – de São Paulo:
Alunos de São Paulo fizeram, na manhã desta segunda-feira um protesto que bloqueou quatro faixas da Rodovia Raposo Tavares, altura do cruzamento com a Avenida Benjamim Mansur, no sentido capital paulista. Apenas uma faixa nesse sentido ficou liberada para o trânsito, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Os estudantes são contrários à reorganização escolar no estado anunciada no final de outubro.
A Polícia Militar informou que acompanha o protesto desde as 7h20 e que não fez contagem do número de manifestantes. Na semana passada, além das ocupações em cerca de 200 escolas, os estudantes bloquearam avenidas importantes da capital paulista. Os protestos foram reprimidos pela polícia, com uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, para desobstruir as vias.
Na última sexta-feira, o governador Geraldo Alckmin recuou na proposta de implementar a reorganização, que tinha o intuito de separar estudantes por ciclo escolar, e disse que rediscutirá a medida. Os estudantes decidiram, porém, manter as ocupações por entenderem que o governo precisa formalizar sua posição e esclarecer os próximos passos da discussão que está sendo proposta.

A Polícia Militar informou que acompanha o protesto desde as 7h20 e que não fez contagem do número de manifestantes
A Polícia Militar informou que acompanha o protesto desde as 7h20 e que não fez contagem do número de manifestantes

Luta contra reorganização

Cerca de 100 representantes de escolas ocupadas de todo o estado de São Paulo se reuniram na tarde de domingo na Cefam Diadema, a primeira das escolas ocupadas por alunos em protesto contra o projeto de reorganização do ensino proposto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), no dia 9 de novembro.
O encontro definiu a continuidade do movimento, que exige a revogação permanente do projeto, bem como a punição dos agentes de segurança envolvidos em episódios de agressão a estudantes e também convoca um ato público para a tarde da próxima quarta-feira, em local a ser divulgado.
Os estudantes querem que Alckmin declare a revogação da reorganização em “um pronunciamento claro e concreto”, em uma audiência pública.
Ao fim da reunião, estudantes leram em conjunto um pronunciamento em que firmaram sua posição. Leia a íntegra:
– Nós, estudantes secundaristas, após o encontro estadual das escolas ocupadas, anunciamos que continuaremos na luta, seja ocupando as escolas ou as ruas.
– A força dos estudantes já foi provada, uma vez que o governador teve de recuar do projeto e o secretário teve de deixar o cargo. Uma grande derrota, imposta pelos estudantes.
– Exigimos que a reorganização escolar seja permanentemente cancelada, que o governador Geraldo Alckmin faça um pronunciamento claro e concreto, através de uma audiência pública amplamente convocada.
– Exigimos punição dos policiais que agrediram ou ameaçaram estudantes e o fim de todos os processos contra estudantes, funcionários, professores ou apoiadores. Que não sejam perseguidos ou criminalizados pela direção ou qualquer meio de repressão.
– Convocamos todas as unidades para um grande ato em apoio às escolas ocupadas, nesta quarta-feira.
– Antes de desocupar, precisamos de outras garantias importantes, como a liberdade de todos os manifestantes atualmente presos e a não punição de ninguém envolvido na luta (…) Consolidando nossa vitória, nada será como antes para nossa luta em 2016, que deve continuar – mostrava um post da página  Não Fechem Minha Escola, no Facebook.
Após uma série de atos e passeatas, em que pediam a abertura de um canal de diálogo com a secretaria de Educação, uma série de escolas passaram a ser ocupadas pelos próprios alunos. Atualmente, o número de unidades ocupadas passa de 200, segundo balanço da Apeoesp, o sindicato dos professores da rede pública estadual.