Maior central sindical do planeta vai a Dilma defender taxa TobinSecretaria-geral da Central Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow, reúne-se com a presidenta Dilma Rousseff para discutir a ameaça da crise econômica mundial aos trabalhadores e defender a criação de um imposto mundial sobre transações financeiras. "Mercado financeiro sem controle levou a essa crise", diz sindicalista brasileira que participa da direção da CSI.
André Barrocal
BRASÍLIA – A secretaria-geral da Central Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow, reúne-se nesta quarta-feira (17/08) com a presidenta Dilma Rousseff e vai defender a criação de um imposto mundial sobre transações financeiras, como fizeram na véspera o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
“Esse mercado financeiro sem controle levou a uma crise que é financeira mas prejudica o trabalho decente e a proteção social dos trabalhadores”, disse à Carta Maior a sindicalista brasileira Nair Goulart, que é dirigente da CSI e vai participar da audiência no Palácio do Planalto.
Criada em 2006 com a fusão de duas centrais, a CSI é a maior associação sindical do planeta, com mais de 300 entidades nacionais filiadas. Segundo Nair, a central também apoiará a instituição da taxa Tobin durante uma reunião de ministros do Trabalho dos países do G-20, marcada para setembro, em Paris.
Na audiência com Dilma, disse Nair, a CSI também discutirá o cenário econômico mundial em geral, considerado hoje uma ameaça aos trabalhadores. A entidade avalia que a concorrência entre países e empresas significa um risco de corte de direitos, à geração de vagas novas e à qualidade delas.
“Os trabalhadores estão numa sigtuação muito delicada. Por isso, queremos ter influência na agenda mundial e temos participado de todos os fóruns internacionais, como o G-20 e a OIT”, afirmou Nair, que preside a Força Sindical na Bahia e integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência.
Antes de ir a Brasília reunir-se com a presidenta, a australiana Sharan Burrow esteve em São Paulo conversando com as centrais brasileiras associadas à CSI – CUT, Força Sindical e UGT. A visita ao país faz parte de um giro dela pela América do Sul, em roteiro que inclui paradas na Argentina e na Colômbia.