Os organizadores do ato público calculam, inicialmente, cerca de 300 mil pessoas no largo sob os Arcos da Lapa, local ao lado do Circo Voador
Por Redação - do Rio de Janeiro
Sem um traço sequer de divulgação na mídia conservadora e com apenas algumas notas em blogs e sites da esquerda, a Frente Brasil Popular (FBP) reuniu, ao longo de um dia escaldante do outono carioca, cerca de 300 pessoas no Leme, Zona Sul da cidade. O objetivo do encontro, sob a lona que abrigava uma sexta parte do público, era comemorar a democracia brasileira e deixar claro aos mentores do golpe de Estado, em curso no país, que os brasileiros são contra a ruptura institucional.
Inaugurava-se, na tarde de domingo, a FBP-Zona Sul. Trata-se de mais um ponto de referência para a mobilização de quem visa assegurar a continuidade democrática do país, dentre tantos outros formados na totalidade das cidades brasileiras e, nas principais capitais, em um nível de capilaridade que chega aos bairros, às comunidades, às ruas. Sob a coordenação da economista Claudia Beatriz Le Cocq e do cientista político Theófilo Rodrigues, a manifestação deste domingo também cumpriu a tarefa de divulgar, ao máximo, o ato público da FBP Brasil, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do poeta e compositor Chico Buarque de Hollanda, nesta segunda-feira, na Lapa, Centro do Rio.
— Deixamos claro que o golpe não passará. Demonstramos nossa determinação com o povo na rua, como no ato público desta segunda-feira, na Lapa, com Lula e Chico. Não vai ter golpe! — afirmou Theo Rodrigues.
Lula e Chico, na Lapa
Para a coordenadora da FBP-ZS Claudia Le Coqc, o risco de a tentativa de golpe ser confirmada está cada vez mais distante, mas o momento ainda é tenso.
— O governo da presidenta Dilma apoia o combate à corrupção e criou meios, como nenhum outro, para que as investigações ocorressem. É um governo que não tem o que esconder. Os brasileiros percebem que há uma tentativa de golpe e aumentam o poder das mobilizações — disse, no ato realizado neste domingo.
Os organizadores do ato público calculam, inicialmente, cerca de 300 mil pessoas no largo sob os Arcos da Lapa, local ao lado do Circo Voador. Lula e Chico Buarque mobilizam os eleitores brasileiros contra a tentativa de impedimento da presidenta Dilma Rousseff, neste ato na Lapa. A determinação de ambos encontra eco no apoio demonstrado pela sociedade. O ministro das Relações Exteriores durante o governo Lula, Celso Amorim, de passagem pelo Rio, também acredita que a democracia vencerá a tentativa de golpe.
— São tempos difíceis e há uma grande margem para a manobra dos grupos que apoiam a ruptura democrática, no Brasil, mas a mobilização da sociedade tem sido cada vez maior e este fato, aliado à mobilização no Congresso, tende a mudar o peso da balança em favor da democracia — afirmou, em entrevista exclusiva à reportagem do Correio do Brasil.
O governo investe na votação em plenário, o que deve ocorrer até o próximo domingo. Na votação desta segunda-feira, na comissão especial, é recebida como ‘favas contadas’ pela base aliada ao governo Dilma, que remete a luta contra o golpe de Estado, em curso, ao Plenário da Câmara.
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