Lennart Johansson diz que Fifa e Uefa não tinham conhecimento de pagamento a Platini
O ex-presidente da Uefa Lennart Johansson afirmou que a entidade que controla o futebol europeu jamais foi informada sobre o pagamento de US$ 2,1 milhões do presidente da Fifa, Joseph Blatter, ao atual chefe da Uefa, Michel Platini.
Por Redação, com Reuters - de Zurique:
O ex-presidente da Uefa Lennart Johansson afirmou que a entidade que controla o futebol europeu jamais foi informada sobre o pagamento de US$ 2,1 milhões do presidente da Fifa, Joseph Blatter, ao atual chefe da Uefa, Michel Platini.
Na semana passada, o Comitê de Ética da Fifa suspendeu Platini e Blatter do futebol por 90 dias enquanto investiga um pagamento da Fifa a Platini em 2011. Os dois dirigentes negam qualquer malfeito.
Ex-presidente da Uefa Lennart Johansson durante evento em Nyon, na Suíça
Platini declarou que o pagamento se referiu a um trabalho que ele realizou como conselheiro de Blatter, mediante um contrato com a Fifa, entre 1999 e 2002. Ele disse ainda que o atraso de nove anos no pagamento foi devido à situação financeira da Fifa.
A ambição do francês de substituir Blatter no comando da Fifa na eleição de fevereiro de 2016 foi posta em dúvida em função do caso, e membros da Uefa irão se reunir na cidade de Nyon na próxima quinta-feira para discutir a crise.
O sueco Johansson, que presidiu a Uefa de 1990 a 2007, afirma que o comitê executivo da Fifa, no qual serviu, não foi informado sobre a contratação de Platini a pedido de Blatter.
– Eu era membro do executivo da Fifa à época, e Blatter deveria ter relatado ao executivo, mas jamais o fez. Eu nunca soube deste acordo na Fifa”, disse Johansson. “É bastante dinheiro, não é uma quantia pequena. Eu só soube pela mídia que Platini afirma ter um contrato com a Fifa – acrescentou o ex-dirigente, de 85 anos, ao site Inside World Football.
Comitê de reforma
No último sábado, uma comissão consultiva da Fifa está levando adiante a elaboração de reformas na entidade que administra o futebol mundial, recentemente abalada por escândalos, apesar da suspensão de seu presidente, Joseph Blatter, e de outros dirigentes do primeiro escalão em meio às investigações de corrupção, informou o chefe da comissão.
– Isso não influencia o processo de reforma em si, porque nosso trabalho continua – disse François Carrard à rádio suíça SRF em um entrevista veiculada.
Ele enfatizou que os esforços do comitê independem das pessoas no comando da Fifa, cuja liderança mergulhou no caos depois que Blatter e Michel Platini, presidente da Uefa e vice-presidente da Fifa, foram suspensos por 90 dias pelo comitê de ética da entidade nesta semana.
Ambos negam qualquer delito e entraram com apelações na tentativa de reverter os afastamentos temporários também durante esta semana.
Carrard, ex-diretor-geral do Comitê Olímpico Internacional (COI), chefia o Comitê de Reforma da Fifa, criado pelo comitê executivo da Fifa em julho. O comitê executivo tem por função analisar as propostas do Comitê de Reforma antes de elas serem submetidas ao congresso dos membros, agendado para fevereiro de 2016.
Mas Carrard não detalhou o que seu grupo está estudando, e tampouco está claro se seu comitê irá incorporar as reformas radicais propostas no mês passado por Domenico Scala, o representante independente do Comitê de Auditoria e Prestação de Contas da Fifa.
O plano polêmico de Scala, lançado depois que sete dirigentes foram presos em Zurique em maio pelas autoridades dos Estados Unidos, pede limites de 12 anos a mandatos de líderes eleitos da Fifa, abertura total dos dados sobre remuneração de seus principais dirigentes e verificações de integridade mais detalhadas sobre os membros de seus comitês.
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