Nível superior
O diretor-executivo do banco BTG Pactual, André Esteves, está, desde a madrugada desta sexta-feira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Ele chegou a ser levado ao Presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, mas ficou lá por pouco tempo. Como o banqueiro possui nível superior e o Ary Franco não possui cela com esta finalidade, ele foi levado, em seguida, para Bangu. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, tem 138 presos e capacidade para 154. André Esteves está em uma cela individual, conforme o previsto na Lei de Execuções Penais (LEP). Sobre as refeições de André Esteves, a Seap informa que o cardápio de almoço e jantar é composto por: arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne (boi, peixe ou frango), legumes, salada, sobremesa e refresco. O café da manhã é composto por pão com manteiga e café com leite e o lanche, guaraná e pão com manteiga ou bolo.Delcídio do Amaral
Em depoimento prestado na quinta-feira, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) negou ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A oitiva durou quase quatro horas e, segundo a defesa do senador, ele respondeu a todas as perguntas e esclareceu o episódio no qual é acusado de obstruir a Justiça. – Ele não tentou obstruir a investigação. Foi tudo esclarecido no depoimento que ele prestou – disse o advogado de Delcídio, Maurício Leite, durante entrevista a jornalistas que aguardavam o resultado do depoimento. O depoimento foi conduzido pelo delegado Thiago De Lamare, que atua na força-tarefa da Lava Jato e foi acompanhada por dois procuradores da República e dois advogados do senador. Durante o depoimento, o delegado mostrou as gravações feitas pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró e que serviram de embasamento para o pedido de prisão do parlamentar. As gravações foram feitas durante uma reunião com a presença do advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, do petista e do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira. No material encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Delcídio discute um plano para evitar que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, pai de Bernardo, assinasse um acordo de delação premiada. Confrontado com as gravações, Delcídio reconheceu que estava presente na reunião, mas, segundo o advogado, negou que tenha tentado dissuadir Cerveró de firmar um acordo de delação premiada. "Isso não ocorreu. Amanhã vamos soltar uma nota explicando essa situação, mas já está esclarecido no depoimento dele”, disse Leite. Após o depoimento, Delcídio conversou por quase duas horas com seus advogados para traçar a estratégia de defesa. “Estou muito confiante e confortável com o depoimento que foi prestado. Ele (Delcídio) conseguiu esclarecer todos os questionamentos das autoridades”, afirmou Leite. De acordo com a defesa, outro depoimento, ainda sem data marcada, deverá ocorrer para que o senador preste mais esclarecimentos. A data ficará a cargo do delegado da PF. “Eu acredito que seja o mais rápido possível porque estamos tratando com um senador que está preso”. Após os depoimentos, a defesa do senador estuda pedir a revogação da prisão. Ainda de acordo com o advogado, Delcídio mostrou-se chateado com a prisão, mas que aguarda “sereno” o desenrolar das investigações. O senador está preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília após decisão unânime da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Após a decisão do STF, o plenário do Senado decidiu manter a prisão de Delcídio. Em votação aberta, os senadores decidiram que o petista deverá ser mantido preso por 59 votos contra 13 e 1 abstenção. Delcídio foi levado para a PF na manhã de quinta-feira, na 21ª fase da Operação Lava Jato, quando também foram presos seu chefe de gabinete Diogo Ferreira e o presidente do banco BTG Pactual, André Esteves. O senador passou a noite em uma sala administrativa adaptada, na superintendência. De acordo com o assessor do senador, Eduardo Marzagão, Delcídio amanheceu “menos assustado” do que estava após ter a prisão decretada.