Rio de Janeiro, 30 de Março de 2025

Lava Jato: PF prende ex-advogado de Cerveró no Rio

O advogado Edson Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal no início da manhã desta sexta-feira, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ao desembarcar de um avião da TAM vindo de Miami. A aeronave decolou às 22h dos Estados Unidos. Ele era defensor do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Sexta, 27 de Novembro de 2015 às 08:55, por: CdB
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro: O advogado Edson Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal no início da manhã desta sexta-feira, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ao desembarcar de um avião da TAM vindo de Miami. A aeronave decolou às 22h dos Estados Unidos. Ele era defensor do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e teve a prisão determinada na última quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro do STF Teori Zavascki já havia autorizado a inclusão do nome do advogado na lista da Interpol, a polícia internacional.
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O advogado Edson Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal
Ele é investigado na operação que prendeu também o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. De acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República (PGR), encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Lava Jato. Em um dos encontros, gravado pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em um hotel em Brasília, o senador prometeu pagar R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor para não ocorrer a delação premiada.

Nível superior

O diretor-executivo do banco BTG Pactual, André Esteves, está, desde a madrugada desta sexta-feira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Ele chegou a ser levado ao Presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, mas ficou lá por pouco tempo. Como o banqueiro possui nível superior e o Ary Franco não possui cela com esta finalidade, ele foi levado, em seguida, para Bangu. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, tem 138 presos e capacidade para 154. André Esteves está em uma cela individual, conforme o previsto na Lei de Execuções Penais (LEP). Sobre as refeições de André Esteves, a Seap informa que o cardápio de almoço e jantar é composto por: arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne (boi, peixe ou frango), legumes, salada, sobremesa e refresco. O café da manhã é composto por pão com manteiga e café com leite e o lanche, guaraná e pão com manteiga ou bolo.

Delcídio do Amaral

Em depoimento prestado na quinta-feira, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) negou ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A oitiva durou quase quatro horas e, segundo a defesa do senador, ele respondeu a todas as perguntas e esclareceu o episódio no qual é acusado de obstruir a Justiça. – Ele não tentou obstruir a investigação. Foi tudo esclarecido no depoimento que ele prestou – disse o advogado de Delcídio, Maurício Leite, durante entrevista a jornalistas que aguardavam o resultado do depoimento. O depoimento foi conduzido pelo delegado Thiago De Lamare, que atua na força-tarefa da Lava Jato e foi acompanhada por dois procuradores da República e dois advogados do senador. Durante o depoimento, o delegado mostrou as gravações feitas pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró e que serviram de embasamento para o pedido de prisão do parlamentar. As gravações foram feitas durante uma reunião com a presença do advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, do petista e do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira. No material encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Delcídio discute um plano para evitar que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, pai de Bernardo, assinasse um acordo de delação premiada. Confrontado com as gravações, Delcídio reconheceu que estava presente na reunião, mas, segundo o advogado, negou que tenha tentado dissuadir Cerveró de firmar um acordo de delação premiada. "Isso não ocorreu. Amanhã vamos soltar uma nota explicando essa situação, mas já está esclarecido no depoimento dele”, disse Leite. Após o depoimento, Delcídio conversou por quase duas horas com seus advogados para traçar a estratégia de defesa. “Estou muito confiante e confortável com o depoimento que foi prestado. Ele (Delcídio) conseguiu esclarecer todos os questionamentos das autoridades”, afirmou Leite. De acordo com a defesa, outro depoimento, ainda sem data marcada, deverá ocorrer para que o senador preste mais esclarecimentos. A data ficará a cargo do delegado da PF. “Eu acredito que seja o mais rápido possível porque estamos tratando com um senador que está preso”. Após os depoimentos, a defesa do senador estuda pedir a revogação da prisão. Ainda de acordo com o advogado, Delcídio mostrou-se chateado com a prisão, mas que aguarda “sereno” o desenrolar das investigações. O senador está preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília após decisão unânime da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Após a decisão do STF, o plenário do Senado decidiu manter a prisão de Delcídio. Em votação aberta, os senadores decidiram que o petista deverá ser mantido preso por 59 votos contra 13 e 1 abstenção. Delcídio foi levado para a PF na manhã de quinta-feira, na 21ª fase da Operação Lava Jato, quando também foram presos seu chefe de gabinete Diogo Ferreira e o presidente do banco BTG Pactual, André Esteves. O senador passou a noite em uma sala administrativa adaptada, na superintendência. De acordo com o assessor do senador, Eduardo Marzagão, Delcídio amanheceu “menos assustado” do que estava após ter a prisão decretada.
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