Lava Jato: OSX diz que vai apurar denúncias de irregularidades

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Publicado Quinta, 24 de Setembro de 2015 às 08:12, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de São Paulo: A empresa do setor naval OSX disse que decidiu instaurar procedimento interno para apurar denúncias de supostas irregularidades em operações envolvendo o consórcio Integra, no qual tem participação, após matérias na mídia afirmarem que a companhia participou do esquema de pagamentos de propinas na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.
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A empresa do setor naval OSX disse que decidiu instaurar procedimento interno para apurar denúncias
Segundo matérias da mídia, o ex-gerente da área Internacional da Petrobras Eduardo Musa, que fechou acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato, afirmou que houve pagamentos ilícitos na contratação da montagem de módulos de plataformas da Petrobras, em 2012, com a participação das empresas Mendes Júnior e OSX, reunidas no consórcio Integra. Musa trabalhou como diretor de construção naval da OSX. – A administração da OSX reuniu-se na quarta e decidiu instaurar um procedimento interno para apurar, dentro de suas possibilidades, a veracidade dos fatos relatados - disse a empresa em comunicado na noite de quarta-feira. – A atual administração da OSX ressalta que conduz os negócios da companhia e de suas subsidiárias sempre em observância das melhores práticas de mercado e não coaduna com qualquer eventual prática de atos em desconformidade com a lei – acrescentou. A OSX, que tem o empresário Eike Batista como presidente do Conselho de Administração, possui participação indireta de 49 % no consórcio. De acordo com as reportagens na mídia, Musa não soube dizer se Eike sabia do pagamento de propinas.

Inquéritos da Lava Jato

O plenário do STF decidiu na quarta-feira remeter o inquérito que investiga a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) à relatoria de outro ministro, que não Teori Zavascki, relator dos casos relativos à Operação Lava Jato. O inquérito 4130 investiga supostas condutas da senadora em fatos associados às investigações da Operação Lava Jato, mas não relativos à corrupção na Petrobras. O entendimento da maioria dos ministros foi de que inquéritos que não relacionem os crimes diretamente à estatal petrolífera, mesmo que tenham sido descobertos durante investigações da Lava Jato, podem ser remetidos a outros ministros. Dos dez ministros presentes, oito votaram pelo desmembramento do processo. Além disso, a corte decidiu pela remessa do processo à Justiça de São Paulo, uma vez que a maior parte dos fatos denunciados teria ocorrido lá. Nessa votação, o ministro Roberto Barroso, que havia votado com a maioria no desmembramento, divergiu, e entendeu que a decisão de remeter o processo à Justiça de São Paulo não caberia à corte e, sim, ao juiz da 13ª Vara de Curitiba, Sérgio Moro. Os ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes foram votos vencidos nas duas questões apresentadas no plenário. Mendes defendeu que o caso envolvendo a senadora é parte de um “esquema criminoso” com os mesmos operadores e que, portanto, deveria se manter nas mesmas relatoria e seção judiciária dos processos relacionados à Petrobras. – O que se apurou, até o momento, é que o esquema criminoso foi replicado em diversos órgãos públicos, onde se reproduziu o mesmo modus operandi, com os mesmos agentes e as mesmas empreiteiras. Mendes acrescentou que, se houver desmembramento dos processos, será necessário “um GPS para entrar nesse emaranhado, talvez a mais complexa organização criminosa que já se viu nesse país”. O presidente da corte, ministro Ricardo Lewandowski, rebateu, dizendo que a decisão por distribuir os processos é necessária para “afastar eventuais alegações de nulidade no futuro”. Ele ainda lembrou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai acompanhar o andamento de todos os processos. “O comando e o sucesso da operação repousa nas mãos do procurador-geral da República Rodrigo Janot, que vai continuar cuidando com toda a proficiência.” Documentos apreendidos no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, durante a 18ª fase da Lava Jato – batizada de “Pixuleco II”, levantaram suspeitas de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) tenha recebido valores de “natureza criminosa”. Em agosto, o juiz Sérgio Moro enviou ao STF os documentos que citavam a senadora. No despacho publicado à época, Moro destacou que, de acordo com provas colhidas no processo, há indícios de que a senadora tenha sido beneficiária de recursos da empresa Consist Software, investigada na Pixuleco II, e que tinha contrato com o Ministério do Planejamento para gestão de empréstimos consignados. Em nota divulgada em agosto, a senadora informou que conhece Gonçalves “há muito tempo” e que todo o trabalho dele, como advogado nas campanhas dela, consta das prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. “Desconheço as relações contratuais que Guilherme Gonçalves mantém com outros clientes, assim como desconheço qualquer doação ou repasse de recursos da empresa Consist para minha campanha”, afirmou Gleisi.
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