Rio de Janeiro, 16 de Dezembro de 2025

Joaquim Levy diz ter apoio de Dilma e que não deixará o cargo

O ministro das Fazenda, Joaquim Levy, disse à agência inglesa de notícias Reuters que a presidente Dilma Rousseff expressou pessoalmente seu apoio a ele e que pretende permanecer no cargo o quanto for necessário para tirar a economia da lentidão.

Domingo, 11 de Outubro de 2015 às 07:32, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de Brasília: O ministro das Fazenda, Joaquim Levy, disse à agência inglesa de notícias Reuters que a presidente Dilma Rousseff expressou pessoalmente seu apoio a ele e que pretende permanecer no cargo o quanto for necessário para tirar a economia da lentidão. Especulação do mercado de que Levy estaria considerando deixar o cargo adicionou combustível a uma crise política e econômica que influenciou na queda do real ante o dólar nas últimas semanas e levantou as taxas de juros futuras. – Eu tenho esse apoio. Não é uma questão de sentir, é manifesto – disse Levy à margem de reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional no Peru". "Há inúmeras manifestações desse apoio".
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O ministro das Fazenda, Joaquim Levy
Levy disse que Dilma está fazendo o possível para avançar com o ajuste fiscal, que vem sendo criticado por congressistas. Segundo ele, Dilma está empenhada em alcançar o superávit primário de 0,7 %  do Produto Interno Bruto em 2016. Dilma está tentando desfazer uma série de erros de política durante seu primeiro mandato que ajudou a afundar a economia em sua pior recessão em 25 anos. A divisão ideológica entre Dilma e Levy levantou dúvidas sobre se os dois podem chegar a um acordo sobre um plano para promover a retomada da economia. Mas muitos investidores acreditam que a influência de Levy no governo está diminuindo porque ele não conseguiu convencer Dilma a adotar um plano de ajuste fiscal mais severo. Levy tem sido criticado publicamente por parlamentares do PT, partido de Dilma, e pedem sua demissão. Levy disse que nunca pensou em deixar o Ministério. – Eu não tenho plano de sair do governo, a gente tem ainda uma longa agenda a fazer, uma agenda de reformas estruturais, para fazer o pais responder a nova situação internacional que ele enfrenta – disse. Apesar da crescente tensões com o Congresso Nacional, que têm levantado a possibilidade de impeachment de Dilma, Levy disse estar confiante de que os parlamentares acabarão apoiando um plano para cortar gastos e aumentar os impostos, de forma a garantir um superávit fiscal em 2016. Nesse aspecto, a aprovação da proposta de retomada da cobrança da CPMF é fundamental nos esforços para reequilibrar as contas públicas e recuperar a confiança dos investidores, disse Levy. Líderes empresariais e políticos disseram que a proposta da CPMF está morta desde o começo e que o governo precisa buscar outras opções para obter os cerca de R$ 30 bilhões extras, cerca de metade do pacote fiscal. – É parte normal, absolutamente normal de um processo de recuperação fiscal – disse Levy, citando um imposto sobre o valor adicionado no Reino Unido para tapar um déficit alguns anos atrás. Ele disse que o aumento de outros impostos, como sobre produtos industriais, criaria distorções maiores na economia, que já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Levy também disse que o governo será constantemente revendo seus programas para reduzir os gastos e melhorar a eficiência e que as mudanças no seguro-desemprego para pescadores, o chamado seguro-defeso, permitirá ao governo economizar até R$ 1,5 bilhão em 2016.    
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