Publicado Sexta, 25 de Setembro de 2015 às 07:52, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de Oslo/Viena/Budapeste:
Guardas de fronteira russos começaram a rir quando o refugiado sírio Wassem Khatib pedalava com dificuldade uma bicicleta de criança na passagem de um posto fronteiriço no remoto Ártico, tentando equilibrar um violão, uma mochila e uma mala pesada para buscar asilo na vizinha Noruega.
A polícia diz que pelo menos 400 sírios chegaram à Noruega este ano através de uma rota longa, pela fronteira do Ártico, anterior
Em um raro momento de descontração na pior crise de imigração na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, Khatib disse ter comprado a velha bicicleta para cumprir uma lei russa que impede a travessia da fronteira a pé.
– A bicicleta não funcionou muito bem. Os guardas de fronteira ficaram rindo – disse Khatib, de 25 anos, que chegou à Noruega na semana passada com seu amigo, Nabeeh Samaan, de 31. Eles disseram que tinham viajado de Beirute para a Rússia para evitar o serviço militar na Síria.
Depois de pegarem um táxi perto da fronteira, Khatib disse que colocou violão e mochila nas costas e pedalou pelos últimos 100 metros do limite entre os dois países, puxando sua mala em rodinhas, e quase caiu.
– Minha bicicleta era maior e mais fácil de pedalar – disse Samaan, em um centro de refugiados em Oslo.
A polícia diz que pelo menos 400 sírios chegaram à Noruega este ano através de uma rota longa, pela fronteira do Ártico, anteriormente um posto avançado da Guerra Fria entre a Otan e a União Soviética.
– Os números estão subindo de forma constante – disse Hans Moellebakken, chefe de polícia na cidade norueguesa de Kirkenes, perto da fronteira, em declaração à agência inglesa de notícias Reuters nesta sexta-feira. Em todo ano de 2014, apenas 12 refugiados tinham cruzado a fronteira.
Para alguns, o caminho parece menos arriscado e mais barato do que uma viagem através do Mediterrâneo. Os refugiados têm que deixar as bicicletas na fronteira norueguesa, Moellebakken estima que lá estejam agora cerca de 150, e depois são levados para Oslo.
Khatib e Samaan contaram que a viagem custou US$ 1,6 mil cada. Depois de obter um visto para visitar a Rússia, eles voaram de Beirute a Moscou em 16 de setembro e, no dia seguinte, seguiram para o porto russo de Murmansk, no Ártico, de onde pegaram o táxi até a fronteira.
Bloquear imigrantes
A Hungria vai buscar apoio a seus esforços para tentar bloquear o fluxo de imigrantes em sua fronteira sul com a Croácia, similares às medidas aplicadas na fronteira com a Sérvia, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, nesta sexta-feira em Viena.
O governo da Hungria, de direita, prometeu proteger as fronteiras húngaras e as fronteiras externas da União Europeia em resposta ao fluxo de imigrantes. Uma cerca de aço e arame farpado de 3,5 metros construída ao longo da fronteira com a Sérvia e a repressão dura do governo à imigração ilegal reduziram a entrada de pessoas na fronteira sérvia a uma quantidade ínfima.
No entanto, as levas de imigrantes que chegam via Grécia e Bálcãs estão agora inundando a Croácia, e a Hungria começou a levantar uma cerca na sua fronteira croata, por onde os imigrantes passam com destino à Áustria, para seguir depois para a Alemanha e outros países ricos do norte europeu.
Por ora, milhares de imigrantes que chegam à fronteira croata-húngara são enviados todos os dias para a fronteira austríaca. O fluxo vai continuar, disse Orban, acrescentando que a principal questão era como poderia ser barrado na fronteira croata.
– Esta é a grande questão dos próximos dias e semanas. Estou tentando buscar apoio para isso – afirmou Orban em entrevista coletiva após reunião com o chanceler austríaco, Werner Faymann.
Ele disse que a Hungria poderia tomar uma decisão sobre o fechamento de sua fronteira com a Croácia só depois de consultas para reunir apoio para a medida.
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