Hungria fecha a fronteira com Sérvia e ameaça deportar imigrantes
Um grande número de refugiados se amontoou na fronteira norte da Sérvia com a Hungria nesta terça-feira depois que a passagem para outros países da União Europeia foi bloqueada por uma cerca de arame farpado que eles não têm como ultrapassar ou contornar.
Por Redação, com Reuters - de Budapeste:
Um grande número de refugiados se amontoou na fronteira norte da Sérvia com a Hungria nesta terça-feira depois que a passagem para outros países da União Europeia foi bloqueada por uma cerca de arame farpado que eles não têm como ultrapassar ou contornar.
Um dia depois que a pressão das pessoas que procuram refúgio da guerra e da pobreza pôs abaixo duas décadas de viagens sem fronteiras dentro da Europa, a Hungria efetivamente fechou a entrada para a UE pelo país, em cenas que lembram os tempos da Guerra Fria.
Imigrantes em frente portão na fronteira entre Hungria e Sérvia, no vilarejo de Horgos
Famílias com crianças pequenas se sentaram em campos perto da nova cerca de 3,5 metros de altura que se estende por quase todo o trecho da fronteira externa da UE com a Sérvia. A Hungria, ex-país comunista, está sob o comando de um governo de direita.
As normas que entraram em vigor à meia-noite determinam que eles sejam expulsos se procuram asilo, e serão presos se romperem a cerca, o que milhares fizeram enquanto a barreira estava sendo construída.
Longas filas se formaram num descampado onde os refugiados deveriam se registrar, mas apenas alguns foram vistos entrando na área. As pessoas passaram a noite a céu aberto e estavam recebendo barracas, comida e água de trabalhadores de entidades humanitárias. Nove sírios e sete afegãos foram detidos pela polícia e podem ficar na prisão por suspeita de violar a cerca – as primeiras prisões sob as novas regras.
A Hungria diz que vai permitir que os refugiados peçam asilo. Mas, sob o novo regime, correm o risco de expulsão no prazo de oito dias para Sérvia, que o governo húngaro declarou ser "segura" para os refugiados.
– Não sei o que vou fazer – disse Riad, de 40 anos, que veio de Aleppo, antes o centro comercial da Síria e agora com muitas áreas reduzidas a escombros desde que a guerra eclodiu em 2011 e levou milhões de sírios a fugirem. "Vou esperar para ver. Perdemos tudo para chegar a este ponto."
O afluxo de centenas de milhares de imigrantes e refugiados do Oriente Médio, África e Ásia provoca discórdia e recriminações na Europa. Os ministros da UE não conseguiram romper um impasse na segunda-feira sobre a distribuição e a responsabilidade por algumas das pessoas que procuram asilo.
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