Guatemala: manifestantes vão às ruas exigir renúncia do presidente

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Publicado Sexta, 28 de Agosto de 2015 às 06:39, por: CdB
Por Redação, com DW - da Cidade da Guatemala: Dezenas de milhares de guatemaltecos saíram às ruas do país na quinta-feira para exigir a renúncia do presidente Otto Pérez Molina, acusado de corrupção. O presidente se recusa a deixar o cargo apesar do clamor da população, da Igreja, de empresários e de algumas instituições estatais.
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Sob pressão de vários setores da sociedade, Pérez Molina nega ter chefiado rede de corrupção que fraudava impostos
Levando faixas com a frase "a Guatemala não tem presidente", os protestos ocorreram em diversos municípios do país, incluindo a capital, a Cidade da Guatemala. Além disso, estabelecimentos, como a cadeia de fast food McDonald's e a Cervejaria Centroamericana, fecharam as portas em apoio às manifestações. - Vim fazer pressão para a renúncia, porque acho que Pérez Molina está ganhando tempo - disse o publicitário Felipe Flores, de 25 anos, que participou do protesto que lotou as ruas da capital. "Não é possível que o presidente faça vista grossa e ignore que a população não o queira no poder", acrescentou. Pérez Molina é acusado de participar de uma rede de contrabando e fraude de impostos. Não há sinais de que o político, um general aposentado de 64 anos, irá renunciar antes das eleições presidenciais, marcadas para o próximo dia 6 de setembro. O presidente também negou veementemente ter chefiado a poderosa máfia alfandegária chamada de "A Linha". Nesta semana, a Suprema Corte da Guatemala aceitou o pedido da procuradora-geral Thelma Aldana para o afastamento do presidente, cuja decisão cabe agora ao Congresso. A procuradoria "recomenda ao presidente constitucional da República da Guatemala que apresente a sua demissão a fim de evitar que venha a deparar-se com a impossibilidade de governar e a instabilidade nacional que isso pode causar". Uma comissão formada por cinco deputados foi nomeada pelo Congresso e tem 60 dias para analisar se há indícios suficientes para que o chefe de governo perca a imunidade e seja julgado. Para isso, será necessário o apoio de dois terços do Congresso. Caso isso aconteça, Pérez Molina poderá seguir os passos de sua ex-vice-presidente, Roxana Baldetti, que foi acusada por vários crimes e presa preventivamente nesta semana. As investigações do Ministério Público local e da Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), respaldadas pela ONU e pelos Estados Unidos, apontam que Pérez Molina e Baldetti estariam no comando de uma rede de corrupção que recebia subornos dos empresários para fraudar a Receita e as alfândegas do país. A pressão sobre o presidente, que termina seu mandato em janeiro de 2016, aumentou nos últimos dias com a renúncia de pelo menos cinco ministros e com o pedido formal de várias esferas políticas e civis para que o chefe de estado abandone o cargo.
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