Ministro francês
O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, disse nesta segunda-feira que o grupo extremista Estado Islâmico está avançando da costa para o interior da Líbia, com o objetivo de obter acesso aos poços de petróleo. – Eles estão em Sirte, o território deles estende-se por 250 quilômetros ao longo da costa, mas estão começando a entrar no interior, em busca de acesso a poços de petróleo e a reservas – disse Le Drian à rádio RTL. No dia 4 deste mês, o ministro advertiu sobre o risco de aumento de combatentes do Estado Islâmico na Líbia, mas descartou a possibilidade de uma intervenção militar naquele país. A Líbia vive atualmente uma guerra civil, desde que em 2011 a comunidade internacional apoiou um movimento rebelde contra a ditadura de Muammar Khadafi. Desde as últimas eleições, o poder está dividido entre dois governos, um com sede em Tripoli e outro, reconhecido pela comunidade internacional, em Tobruk. Os dois governos são apoiados por grupos de islamitas, líderes tribais e traficantes de petróleo, armas, pessoas e droga. Com a instabilidade no país, o Estado Islâmico e a organização Al Qaeda aumentaram sua influência na Líbia, ganhando poder territorial e aumentando a instabilidade em todo o Norte da África.Proteger do terrorismo
Na França, a Direção de Liberdades Públicas e Assuntos Jurídicos (DLPAJ) está preparando um leque de medidas para reforçar a segurança antiterrorista no país.
A lista inclui a "interdição de conexões WiFi livres e compartilhadas" em todo o período de estado de emergência. A desobediência poderia ser punida criminalmente.
Outros meios informáticos que o mundo civilizado já há tempo associa com a liberdade, inclusive redes criptografadas como a TOR, também correm o risco de serem restritos.
– Na Internet, a luta contra o terrorismo, a guerra contra o terrorismo é uma guerra total que implica que se utilize a totalidade das ferramentas que estão disponíveis – disse o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve.
Além disso, o Interior planeja arrumar acesso aos dados pessoais de usuários de aplicativos de mensagens instantâneas e VoIP, como o Skype e WhatsApp.
A comunidade de internautas já reagiu, zombando das iniciativas. Um tuíte diz, por exemplo: "Quando não houver mais WiFi, com certeza estaremos protegidos dos terroristas". Na semana passada, o governo aprovou emendas à Constituição da República Francesa que preveem um sério aumento das medidas de segurança, como poderes de prisão domiciliária e prolongação do estado de emergência sem prazo limitado. A preocupação com o terrorismo está crescendo na França depois dos atentados de 13 de novembro, quando 129 pessoas foram mortas em tiroteios e explosões reivindicados pelo grupo terrorista Daesh (também conhecido como Estado Islâmico).