Rio de Janeiro, 18 de Novembro de 2024

Fifa: autoridades fiscais fazem busca na sede da DFB

Arquivado em:
Terça, 03 de Novembro de 2015 às 09:47, por: CdB
Por Redação, com DW - de Berlim: Como parte de uma investigação por suposta evasão fiscal envolvendo o pagamento de 6,7 milhões de euros à Fifa antes da Copa do Mundo de 2006, autoridades fiscais da Alemanha fizeram uma operação de busca e apreensão na sede da Federação Alemã de Futebol (DFB) nesta terça-feira. Mais de 50 agentes participaram das buscas, tendo apreendido documentos, computadores e discos rígidos e também vasculhado as residências do presidente da DFB, Wolfgang Niersbach, de seu antecessor, Theo Zwanziger, e do ex-secretário-geral da DFB Horst R. Schmidt. A procuradoria de Frankfurt, onde fica a sede da DFB, afirmou que as investigações estão centradas nos três dirigentes. – Procuradores em Frankfurt abriram investigações por suspeita de graves evasões fiscais ligadas ao Mundial de Futebol de 2006 e à transferência de 6,7 milhões de euros do comitê organizador da DFB à Fifa – disse o procurador em comunicado.
fifa.jpg
autoridades fiscais da Alemanha fizeram uma operação de busca e apreensão na sede da Federação Alemã de Futebol
De acordo com a revista alemã Der Spiegel, o dinheiro teria sido usado para comprar votos a favor da candidatura alemã para sediar o Mundial de 2006. Tanto Niersbach quanto Franz Beckenbauer, chefe do comitê organizador da Copa de 2006, negaram o pagamento de subornos, mesmo tendo admitido a transferência dos 6,7 milhões à Fifa. Eles afirmam que a Fifa exigiu um pagamento antecipado do comitê organizador para, mais tarde, conceder-lhe uma subvenção de 250 milhões de francos suíços para preparar a competição. A Spiegel afirma, no entanto, que a candidatura alemã abriu um caixa 2 no ano 2000, que teria sido usado para assegurar os votos a favor da Alemanha como sede do Mundial. Em outubro, Zwanziger confirmou a existência desse caixa 2 e acusou Niersbach de mentir ao afirmar que o desconhecia. Segundo a Spiegel, o fundo seria bancado pelo então presidente da Adidas, Robert Louis-Dreyfus, que teria injetado nele 10 milhões de francos suíços (6,7 milhões de euros), e que o caixa 2 deveria ser usado para garantir os votos de quatro membros asiáticos do Comitê Executivo da Fifa, responsável pela escolha da sede. Beckenbauer admite "erro" A lenda do futebol alemão Franz Beckenbauer afirmou no dia 26 de outubro ter cometido um erro ao aceitar uma sugestão da comissão de Finanças da Fifa e que, na condição de presidente do comitê organizador da Copa do Mundo de 2006, assume a total responsabilidade pela decisão. A sugestão a que Beckenbauer se refere é o pagamento de 6,7 milhões de euros feito à Fifa, supostamente como garantia para obter uma ajuda financeira para a organização da Copa. O ex-jogador confirmou, assim, a versão apresentada na semana passada pelo presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach. – A partir da perspectiva de hoje, (a sugestão) deveria ter sido rejeitada – diz o comunicado, sem fornecer mais detalhes. Mas, como presidente do comitê organizador, Beckenbauer foi enfático: "Eu assumo a responsabilidade por esse erro". Ele também reiterou sua negativa da semana passada, quando afirmou que não houve compra de votos para que a Alemanha vencesse a escolha para sediar o Mundial de 2006. Niersbach disse que Beckenbauer chegou a um acordo sobre o pagamento de 6,7 milhões de euros com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em 2002 . Em troca, a entidade máxima do futebol garantiria uma subvenção de 250 milhões de francos suíços para organizar a Copa de 2006. Blatter negou qualquer encontro com Beckenbauer. Já o ex-presidente da DFB Theo Zwanziger afirmou que o comitê organizador da Copa de 2006 tinha um caixa 2 e que Niersbach sabia da existência dele. O escândalo estourou na semana passada, quando a revista alemã Der Spiegel publicou uma matériaafirmando que a Alemanha comprou os votos de quatro membros asiáticos do comitê executivo da Fifa. A Alemanha derrotou a candidatura da África do Sul por 12 votos a 11, com uma abstenção. Nenhum destes quatro executivos,  um já está morto, comentou as alegações do Der Spiegel.
Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo