Facebook adota rede de anonimato Tor para Android

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Publicado quarta-feira, 20 de janeiro de 2016 as 11:06, por: CdB

 

O recurso expande uma colaboração que permitiu aos usuários do Facebook acessar diretamente o site via navegador Tor em computadores pessoais

Por Redação, com Reuters – de Washington/Rio de Janeiro:

Usuários do aplicativo do Facebook no Android podem agora acessar de forma anônima o navegador da maior rede social do mundo por meio do serviço Tor, disse a companhia na terça-feira.

O recurso expande uma colaboração que permitiu aos usuários do Facebook acessar diretamente o site via navegador Tor em computadores pessoais. A medida ocorre enquanto legisladores e companhias de tecnologia debatem se a privacidade digital deveria ser coibida para ajudar os reguladores a combater hackers.

Kate Krauss, porta-voz do Tor Project, um grupo de desenvolvedores que cuida do software para navegação anônima, disse que o apoio do Android pode ajudar a expandir o Tor devido à alta penetração do Facebook. A rede social tem mais de 1,5 bilhão de usuários ativos mensais.

– Todos no mundo precisam de mais privacidade online e quase todo mundo está no Facebook – disse Krauss via Signal, um serviço de mensagens criptografado. “Isso vai permitir que as pessoas escolham se querem compartilhar sua localização ou não.”

O Tor não tem planos de disponibilizar o serviço no aplicativo do Facebook para o iPhone da Apple, disse Krauss.

Usuários do aplicativo do Facebook no Android podem agora acessar de forma anônima o navegador
Usuários do aplicativo do Facebook no Android podem agora acessar de forma anônima o navegador

Desregulamentação de serviços

A unidade brasileira do Facebook enviou ao Ministério das Comunicações suas propostas para mudanças regulatórias dos serviços de telefonia no país, nas quais criticou a possibilidade de uma eventual regulação dos aplicativos de Internet ao mesmo tempo em que defendeu uma maior desregulamentação sobre as operadoras de telecomunicações.

O documento faz parte de uma consulta pública encerrada na semana passada que tem como objetivo chegar a um novo marco regulatório das telecomunicações. A ideia é atualizar as regras das concessões de telefonia fixa e incluir nesse marco regulatório os serviços de banda larga.

Em sua manifestação, assinada pelo diretor de Relações Institucionais do Facebook, Bruno Magrani, a empresa norte-americana defendeu que “não há nenhum racional jurídico para estender aos serviços de OTT (aplicativos) a estrutura regulatória aplicável às prestadoras de serviços de telecomunicações”.

– No entanto, isso não significa que a atual estrutura regulatória deva ser mantida. Pelo contrário: os encargos regulatórios para as operadoras de telecomunicações poderiam ser reduzidos – disse a empresa.

Executivos de algumas das principais operadoras de telecomunicações do país têm defendido uma regulamentação mais rígida de serviços de Internet como WhatsApp, aplicativo de mensagens do Facebook, ou do serviço de vídeos online Netflix, alegando que essas empresas utilizam a infraestrutura das operadoras para oferecerem produtos semelhantes, sem ter os mesmos encargos regulatórios e tributários.

Nos últimos meses, executivos das operadoras também vêm defendendo em vez de uma regulamentação dos aplicativos de Internet, uma menor regulamentação dos próprios serviços de telecomunicações. A manifestação do Facebook vem assim ao encontro desse pleito das operadoras.

Atualmente, os serviços de OTT são considerados serviços de valor adicionado, não se confundindo com serviços de telecomunicações, de acordo com a Lei Geral de Telecomunicações (LGT), e, por isso, não têm as mesmas obrigações das operadoras de telefonia.

– Essa contribuição defende que a abordagem regulatória mais adequada para os serviços de OTT é manter esta definição e, ao mesmo tempo, garantir uma desregulamentação progressiva dos serviços de telecomunicações – disse o Facebook, completando que dessa forma se atingiria a “simetria regulatória” pleiteada pelas operadoras.

Um grupo de trabalho criado pelo Ministério das Comunicações deve apresentar até o fim de janeiro as propostas que abordarão diferentes cenários para a regulação do setor, considerando as manifestações recebidas por empresas e organizações de defesa do consumidor, da inclusão digital, entre outras.