Exército curdo conta com 45% de mulheres na frente de batalha

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Publicado Domingo, 07 de Fevereiro de 2016 às 18:00, por: CdB

As forças militares curdas na Síria, empenhadas no combate ao Daesh, são 45% femininas, e o número de mulheres tende a aumentar, declarou a comandante das Unidades Femininas de Proteção (YPJ), Nesrin Abdalla, neste domingo

 
Por Redação, com Sputnik - de Mossul, Iraque
As Unidades Femininas de Proteção, lideradas pela interlocutora da agência russa de notícias Sputnik, não empreendem ataques sistemáticos aos extremistas do Estado Islâmico (também chamado de Daesh), mas participam ativamente das operações de defesa e eventuais combates aos jihadistas. O objetivo das YPJ não é somente o combate ao Daesh, mas também a “mudança da mentalidade patriarcal no exército”, “não só a conquista do poder, mas mudança na sociedade, fazer com que esta se desenvolva”.
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As mulheres curdas enfrentam os extremistas do Daesh, também chamado de Estado Islâmico
– Além do aspecto militar da vida, também existe o aspecto social, civil e jurídico. É preciso que as mulheres estejam presentes em todos os níveis, se elas querem ter a possibilidade de adquirir seus direitos e passar a ter igualdade na sociedade. Se não houver mulheres em algum desses níveis — no militar, ou no público, ou no diplomático, elas não conseguirão adquirir os direitos – argumenta Nesrin Abdalla. As Unidades Femininas de Proteção (YPJ) foram criadas na Síria em 2013, como um braço feminino das Unidades de Proteção Popular (YPG). A Síria, desde março de 2011, vive um conflito militar. Como resultado, segundo a ONU, mais 220 mil pessoas foram mortas. As forças do governo sírio enfrentam bandos armados pertencentes a diversos grupos militares. As mais ativas são as organizações terroristas Daesh e Frente al-Nusra. As Unidades Femininas de Proteção (YPJ), que fazem parte das Unidades de Proteção Popular (YPG), conduzem uma luta eficaz contra o Daesh no norte do país, também conhecido como Curdistão Sírio. A comandante da subdivisão feminina, Servin Rojava, contou à Sputnik como é feito o combate aos jihadistas e qual a estratégia das ações militares. Servin Rojava explicou que, embora o batalhão fosse oficialmente criado em 4 de abril de 2013, elas participaram das ações militares já desde 2012, nomeadamente, nas cidades de Afrin e Ras al-Ayn. — A YPJ foi criada para defender não só as mulheres curdas, mas também árabes, turcomenas e assírias. Sem uma defesa eficaz a vida genuína da sociedade é impossível. As armas e ações militares nunca foram um objetivo para nós, é somente um método de estar em segurança. Somos a favor de métodos políticos da resolução do conflito — frisou a comandante. Servin Rojava referiu que nas fileiras da YPJ há cidadãs estrangeiras, que às vezes morrem em combate. – As YPJ não são uma formação militar, são forças de defesa. Ensinamos táticas de defesa, esta é a linha principal da nossa atividade – sublinhou a chefe da subdivisão. A Síria se encontra mergulhada em uma sangrenta guerra civil desde o início de 2011, com as forças fiéis ao governo tendo que combater uma série de fações e grupos extremistas de oposição, com destaque para os jihadistas do Daesh (EI) e da Frente Al-Nusra. Diversos Estados estrangeiros vêm tentando estabelecer um canal de diálogo entre o governo do presidente Bashar al-Assad e alguns setores da oposição, de forma a encontrar um caminho para a estabilização política no território nacional.
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