A Fifa anunciou na manhã desta sexta-feira que excluliu perpetuamente do futebol do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro/Londres
A Fifa anunciou na manhã desta sexta-feira que excluliu perpetuamente do futebol do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira. O Conselho de Ética da entidade considerou Teixeira culpado por crimes de corrupção , envolvimento em suborno e pagamento de propinas, no período de 2006 a 2012, época em que o Brasil foi escolhido como país-sede da Copa do Mundo de 2014.
O ex-dirigente, que também participava do Comitê Executivo da Fifa, ainda foi multado em 1 milhão de francos suíços, o equivale a aproximadamente R$ 4,2 milhões de reais pela cotação atual. A sentença ainda cabe recurso no Comitê de Apelação da entidade.
Ricardo Teixeira foi investigado por um esquema de propina nas negociações com empresas de mídia e de direitos de transmissões de campeonatos organizados pela CBF, Conmebol e Concacaf.
Propina
De acordo com a decisão da Fifa, o ex-dirigente violou o artigo 27 do código de ética da entidade, que se refere a suborno, e a punição prevista nesses casos é a proibição vitalícia de participação em qualquer atividade relacionada ao futebol em nível nacional ou internacional.
Teixeira presidiu a CBF por cinco mandatos consecutivos, de 1989 a 2012. Ele é o terceiro ex-presidente da CBF a sofrer pena máxima, depois de Marco Polo Del Nero e José Maria Marin.
Massacre no estádio de Hillsborough
O comandante da polícia encarregado das operações no estádio de Hillsborough durante o massacre de 1989, que matou 96 torcedores do Liverpool, foi inocentado na quinta-feira da acusação de homicídio.
O ex-superintendente-chefe David Duckenfield comandava a atuação policial no estádio em Sheffield, no norte da Inglaterra, durante a semifinal da Copa da Inglaterra entre Liverpool e Nottingham Forest.
As vítimas morreram em um ambiente superlotado e cercado por grades. Imagens angustiantes de torcedores esmagados contra as cercas de metal, de corpos caídos no gramado e de espectadores utilizando placas de publicidade como macas improvisadas chocaram o país.
Em um primeiro momento, a polícia culpou torcedores bêbados pelo desastre, uma explicação que sempre foi rejeitada por sobreviventes, parentes de vítimas e pela comunidade de Liverpool, que passou anos lutando para saber o que havia de fato ocorrido.
Investigações posteriores e um inquérito independente absolveram os torcedores de quaisquer responsabilidades. O mais recente veredicto veio após um segundo julgamento do Tribunal Real de Preston, após um primeiro júri não chegar a uma decisão em abril.
– Estou chocado e atordoado pelo veredicto do júri – disse Barry Devonside, cujo filho Christopher, de 18 anos, morreu no desastre. “Nós, as famílias, lutamos bravamente por 30 anos”, afirmou ele à BBC.
O Serviço Real de Promotoria (CPS, na sigla em inglês) disse estar ciente de que o veredicto seria decepcionante para as famílias.
– Há 30 anos, o desastre de Hillsborough causou um sofrimento inimaginável às famílias daqueles que infelizmente perderam suas vidas e a todos os afetados pelos trágicos eventos daquele dia – disse Sue Hemming, diretora de Serviços Legais do CPS.
O prefeito de Liverpool, Joe Anderson, afirmou que a decisão foi uma “enorme decepção” para as famílias das vítimas.
O Liverpool Football Club disse que “hoje compartilhamos as reações e frustrações das famílias e daqueles afetados pela tragédia de Hillsborough”.