Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Especialistas alertam sobre os riscos do vírus zika

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Sexta, 04 de Dezembro de 2015 às 11:17, por: CdB
Por Redação, com ABr - de Brasília: O vírus zika conhecido pela medicina desde o fim dos anos 40,  passou a ser assunto no Brasil depois que foi confirmado que filhos de gestantes infectadas podem nascer com microcefalia, uma malformação irreversível. De acordo com a infectologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Eliana Bicudo, já foi relatado na literatura médica que o zika pode ser transmitido pelo leite materno e pelo esperma.
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De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas febre, olhos vermelhos, manchas vermelhas com coceira, dores no corpo acometem apenas cerca 20% dos infectados
A transmissão mais conhecida deste vírus, que começou a circular fortemente no Brasil este ano, é pelo mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue e da febre chikungunya. Até o começo de novembro, 18 Estados tinham registrado transmissão interna de zika, onde mais de 17 mil casos foram notificados. Além de causar microcefalia, já está registrado na literatura médica que o zika também pode desencadear a síndrome de Síndrome de Guillain-Barré, que é uma reação autoimune do organismo, geralmente relacionada a infecção por alguns vírus ou bactéria. De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas febre, olhos vermelhos, manchas vermelhas com coceira, dores no corpo acometem apenas cerca 20% dos infectados, os outros não percebem que foram contaminados com o vírus. “Aí é que está o perigo, você pode estar com uma doença silenciosa,que trás um risco alto para grávidas e pode transmití-la”, pontuou a especialista. Para quem tem o quadro típico, o tratamento está baseado nos sintomas, com uso de paracetamol ou dipirona, assim como acontece com a dengue e com febre chikungunya. Normalmente, depois de no máximo sete dias o paciente está totalmente recuperado. Segundo Eliana, uma grande dificuldade para saber se a microcefalia é em decorrência do vírus zika é que o vírus só circula no sangue por cerca de cinco a sete dias. “O médico pergunta e a mãe muitas vezes não lembra se teve o quadro, nem sabe se teve”. O que as pesquisas apontam é que quem teve zika fica imune ao vírus, porém, não há exames que detectem quem está imune. Segundo a infectologista, agora os pesquisadores buscam se houve uma mutação no vírus, já que efeitos como a microcefalia nunca foram relatados em quase 70 anos de conhecimento do organismo. O exame para a confirmação da infecção por zika ainda não chegou à rede privada de laboratórios e, segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, a pasta está buscando formas de baratear o kit de diagnóstico. Por enquanto, segundo Eliana Bicudo, o resultado demora cerca de dois meses. Como a relação entre o zika e a microcefalia é muito recente, ainda não se sabe se o vírus pode causar sequelas ao bebê em qualquer período da gestação. “Os primeiros 3 ou 4 meses de gravidez é o período que existe maior risco de que a gestante tendo a infecção pelo vírus zika venha a produzir uma malformação na criança. Mas como os estudos são muito recentes, não podemos afirmar se,  depois do contato com o vírus, a criança não terá nenhum problema. O ideal que ela tome os cuidados contra a picada do mosquito a gravidez inteira”, alertou o infectologista Dalcy Albuquerque, da Sociedade Brasileira de Infectologia. O especialista alerta que muitas vezes quem tem os sintomas da doença pode confundir esses sinais com cansaço ou com uma virose leve> Porém, se a paciente for gestante, qualquer sinal deve ser comunicado ao médico. Não existe vacina contra o zika: a única forma de evitar a doença é o controle do mosquito transmissor. Por isso, o Ministério da Saúde tem convocado fortemente a população a eliminar depósitos de água parada, a vistoriar suas as casas ao menos uma vez por semana, destruindo possíveis criadouros, e a evitar lixo, entulhos, garrafas e a vedar caixas d'água. Para as gestantes é recomendado que andem de calças compridas e usem sapatos fechados ou meia, já que o mosquito tem hábitos rasteiros, picando mais pernas e pés. Outra opção recomendada pelo Ministério da Saúde é o uso de produtos repelentes de uso tópico, que podem ser aplicados diretamente na pele. Mas é importante verificar se o produto está registrado na Anvisa e seguir as instruções de uso descritas no rótulo. A consulta de cosméticos repelentes regularizados pode ser feita no site da Anvisa. Segundo o Ministério da Saúde, o Aedes aegypti tem hábitos diurnos e atuam mais no começo da manhã e no final da tarde.
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