Enquanto lutam entre si, rebeldes na Síria apanham do governo

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Publicado Quarta, 26 de Fevereiro de 2014 às 09:16, por: CdB
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Soldados regulares bombardeiam um acampamento dos radicais islâmicos, em área ocupada na Síria
A Frente al-Nusra, ramo da Al-Qaeda na Síria, apresentou um ultimato de cinco dias ao grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, devido ao assassinato de um ativista da Al-Qaeda. Os representantes da Frente al-Nusra exigem recorrer aos juízes religiosos para que estes avaliem o ato cometido pelos militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Caso este grupo não aceite o ultimato, o grupo rival ameaça a expulsá-lo não só da Síria como também do Iraque, o que abriria uma nova frente de batalha entre supostos aliados contra o governo sírio de Bashar Al-Assad. Enquanto a discussão interna evolui, mais de 170 combatentes rebeldes da Frente al-Nusra e da brigada Al-Islam morreram, nesta quarta-feira, em uma emboscada das tropas do regime sírio nas redondezas de Damasco, segundo a agência síria de notícias SANA. O exército abateu os insurgentes, entre os quais há combatentes chechenos, sauditas e catarianos, em Guta al Sharquiya. Ação no exterior Como se não bastassem as baixas nos campos de batalha na Síria e as ameaças de luta interna, os grupos islâmicos radicais também resolveram atacar um dos países nórdicos mais avançados no campo militar. Os serviços de inteligência noruegueses anunciaram que os cidadãos da Noruega, que estão lutando contra o regime de Bashar Al-Assad, representam uma ameaça à segurança nacional, divulgou a agência France-Presse, citando um relatório do Serviço de Inteligência da Noruega. De acordo com a inteligência, trata-se de mais de 40-50 islamistas, que podem regressar, a qualquer momento, da Síria para a Noruega. O relatório afirma que, em geral, eles estão nas fileiras das organizações mais radicais – Frente Al-Nusra e Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Atualmente, de acordo com a inteligência da Noruega, cerca de 2 mil cidadãos da Europa estão nas fileiras dos islamitas sírios. Avanço tecnológico O conflito armado na Síria, apesar dos sinais cada vez mais evidentes de enfraquecimento da resistência ao governo de Al-Assad, ainda pode ser considerado uma visão do novo estágio da guerra no mundo. Nas ruas das cidades sírias aconteceram não apenas batalhas sangrentas entre tropas do governo e rebeldes. Uma batalha nunca antes vista se desenrolou também no espaço virtual. Na internet, um guerra defensiva foi lançada pelo Exército Eletrônico Sírio (EES). Seu surgimento foi uma surpresa para os muitos opositores do regime de Al-Assad, acredita o especialista em segurança cibernética Igor Nezhdanov: – No conflito sírio, talvez pela primeira vez, viu-se uma séria oposição a uma intervenção externa na internet. Contas de opositores de Bashar Al-Assad eram hackeadas para mostrar quem realmente os financia e o que eles realmente estão fazendo. Isso permitiu reduzir bastante a influência dos opositores sobre o público online e minimizar o efeito dessa influência – afirmou Nezhdanov. Ciberespaço O fato de que os “combatentes” do EES conseguiram influenciar a opinião pública mundial já é uma vitória significativa. Já durante a Primavera Árabe ataques de informação na rede mostraram a sua força destrutiva, mas hoje eles chegaram a um nível qualitativamente novo, acredita o especialista em inteligência competitiva Andrei Masalovich: – A imagem que a mídia eletrônica está construindo, que é criada na internet, não só deturpa eventos reais. As guerras de informação já começavam como um tipo de confronto à parte. Hoje isso já são tipos bastante específicos e padronizados de operações de combate, que são em nada inferiores a operações militares de outros tipos. Este é um nível de confronto qualitativamente novo – acrescentou. Mas no futuro, os combates virtuais não serão limitados apenas a confrontos de informação. Como observou Igor Nezhdanov, exércitos cibernéticos irão lutar contra pessoas vivas: – Atualmente, está a ser desenvolvida uma neurointerface para soldados que se monta no capacete e permite-lhes interagir no campo de batalha. Por conseguinte, num futuro próximo, esta neurointerface será desenvolvida a um tal nível que permitirá controlar o homem. E uma vez que em lados opostos do conflito aparecer este dispositivo, começara a influência sobre o operador do outro lado – prevê.
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