De acordo com a TV estatal, o exército assumiu o controle de Palmira, retomando diversos bairros da cidade milenar
Por Redação, com agências internacionais - de Beirute
Forças do governo sírio avançaram em diversas frentes rumo à Palmira neste sábado, com o apoio de ataques aéreos e bombardeios de artilharia, segundo informações da mídia estatal e um grupo de acompanhamento, além disso, ondas de explosões dentro da cidade foram transmitidas ao vivo pela televisão.
Após intensos combates, os militantes do EI foram expulsos de Palmira
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos descreveu o ataque como o mais pesado realizado até agora em uma campanha que já dura três semanas do exército sírio e combatentes da milícia aliada, para retomar a cidade no deserto do controle do Estado Islâmico (EI).
O diretor do Observatório, Rami Abdulrahman, disse que soldados e milícias aliadas tomaram o controle de um terço de Palmira, principalmente no Oeste e Norte, incluindo partes das ruínas da Era do Império Romano.
Soldados também lutam em uma frente no Sul, disse ele.
De acordo com a TV estatal, o exército assumiu o controle de Palmira, retomando diversos bairros.
Imagens de televisão das colinas da cidadela medieval, capturadas pelo exército na sexta-feira e com vista para a cidade, mostraram tanques e veículos blindados atirando em Palmira.
Ondas de explosões atingindo construções e fumaças eram vistas surgindo de diversos locais. Mais cedo, o Observatório disse que militantes do Estado Islâmico lançaram morteiros – incluindo carros-bombas – contra as tropas aliadas.
A retomada de Palmira, ocupada pelo grupo islâmico em maio de 2015, marcaria o maior revés para o Estado Islâmico na Síria desde que a intervenção russa mudou a maré do conflito de cinco anos em favor do presidente Bashar al-Assad.
Combate ao Estado Islâmico
Nesta manhã, aviões de combate da Rússia realizaram 40 missões em Palmira durante as últimas 24 horas e destruíram 158 alvos, eliminando mais de 100 militantes, segundo o Ministério da Defesa russo.
“Perto de Tadmor, as Forças Aeroespaciais russas realizaram 40 missões nas últimas 24 horas. Disparos foram feitos contra 158 alvos terroristas, matando mais de 100 militantes e destruindo quatro tanques, três sistemas de artilharia, quatro depósitos de munição e cinco unidades de veículos motorizados”, diz o boletim diário publicado no site do Ministério da Defesa da Rússia.
A ofensiva do exército sírio na cidade de Palmira, com objetivo de retomá-la de terroristas do Daesh, como também são conhecidos os militantes do EI, começou na quinta-feira. Na sexta, unidades do exército sírio e de milícias retomaram o Castelo de Palmira. A cidade é considerada chave no avanço rumo a Raqqa, no leste da Síria, dominada pelo Daesh.
A cidade de Palmira e suas ruínas históricas estão sob controle do grupo extremista desde maio de 2015. O Daesh destruiu parte de suas ruínas, que são consideradas pela UNESCO como patrimônio mundial da humanidade.
Ativistas de Frente Nusra dispararam 23 morteiros em Aleppo, matando dois civis, declarou também o Ministério. Ainda segundo o boletim, moradores de Aleppo relataram a chegada de cerca de 200 militantes na vila de Haritan. Eles estavam armados com metralhadoras e morteiros.
O centro de reconciliação russo para a Síria registrou nove violações do cessar-fogo nas últimas 24 horas. O Ministério apontou que uma área populada de Idblib foi bombardeada. Um civil ficou ferido.
Atentado
Ainda neste sábado, o EI assumiu a autoria de ataque durante uma partida de futebol em um estádio na cidade de Iskandariya (Alexandria), no Iraque, a 70 quilômetros da capital Bagdá. A ação deixou pelos menos 25 mortos e dezenas de feridos.
Um ativista, usando um colete de explosivos, entrou no estádio e causou a explosão no meio dos torcedores durante a partida amadora entre equipes locais, no início da noite de sexta-feira.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota em que condena de forma “veemente” o ato terrorista. O Itamaraty chamou o ato de “covarde”, por assumir “contornos ainda mais trágicos por visar civis inocentes durante partida de futebol, em presença de elevado número de menores”.
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