Dólar cai 2% e se aproxima de R$3,30

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Publicado Terça, 28 de Junho de 2016 às 11:09, por: CdB

Para especialistas, o dólar pode buscar o patamar de R$ 3,30 se o bom humor continuar e o BC permanecer ausente do mercado

Por Redação, com Reuters - de São Paulo:
O dólar recuava mais de 2% e se aproximava de R$ 3,30 pela primeira vez em quase um ano nesta terça-feira, reagindo à recuperação dos mercados globais após duas sessões de mau humor com a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE) e à perspectiva de que o Banco Central brasileiro não deve cortar os juros tão cedo.
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O dólar chegou a R$ 3,3164 na mínima do dia, menor cotação intradia desde 29 de julho de 2015 (R$ 3,3125) e queda de 2,30%
Às 12:28, o dólar recuava 2,13%, a R$ 3,3224 na venda. A moeda norte-americana chegou a R$ 3,3164 na mínima do dia, menor cotação intradia desde 29 de julho de 2015 (R$ 3,3125) e queda de 2,30%. O dólar futuro caía cerca de 2,1%. - Houve uma melhora substancial do humor lá fora, o mercado está muito satisfeito com o tom adotado pelo BC nas comunicações de hoje - resumiu o operador da corretora B&T Marcos Trabbold. O apetite por risco nos mercados globais sofreu desde o fim da semana passada após o referendo britânico, mas o real registrou performances comedidas. Embora muitos operadores temam que a instabilidade política gerada pela saída britânica da UE golpeie a economia global e o apetite por risco, a perspectiva de novos estímulos econômicos e o otimismo cauteloso dos investidores com o Brasil ajudou o mercado local. Nesta sessão, porém, o dólar recuava expressivamente mesmo em relação a moedas como o peso mexicano, que foram fortemente golpeadas pelo referendo britânico. "Após dois dias de baixa, as bolsas globais mostram alguma reação. É o primeiro respiro após (a saída britânica da UE)", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em relatório. "A melhora, no entanto, tende a ser provisória, em nossa opinião. Ainda há muito a discutir, e as incertezas continuarão presentes", acrescentaram. Nesta sessão, o mercado brasileiro mantinha a tendência de apresentar quedas maiores do dólar do que seus pares na América Latina, ajudado também pela perspectiva de que o BC só volte a cortar os juros básicos em outubro e pela ausência da autoridade monetária do câmbio. A manutenção da Selic em 14,25% por mais tempo tende a sustentar a atratividade do mercado local para investidores estrangeiros. O BC aumentou sua projeção de inflação para este ano e informou que buscará mantê-la dentro dos limites da meta do governo. Mais tarde, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, manteve o tom mais duro em entrevista coletiva. Ilan também repetiu que o BC pode reduzir sua exposição cambial quando e se for possível e que poderá usar todas as ferramentas com parcimônia no câmbio. Para analistas da corretora Lerosa Investimentos, o dólar pode buscar o patamar de R$ 3,30 se o bom humor continuar e o BC permanecer ausente do mercado.
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