Quando se trata da proteção da privacidade, sabe-se há tempos que os smartphones trazem um significativo risco para seus usuários. Mas foi necessário o escândalo envolvendo a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA para que esse risco fosse levado a sério.
Segunda, 11 de Novembro de 2013 às 10:54, por: CdB
Código aberto é fundamental, afirmam especialistas, que dão algumas dicas de aplicativos que podem ser usados para proteção de dados
Quando se trata da proteção da privacidade, sabe-se há tempos que os smartphones trazem um significativo risco para seus usuários. Mas foi necessário o escândalo envolvendo a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA para que esse risco fosse levado a sério. Só agora muitas pessoas estão se perguntando sobre o grau de segurança de seus dados pessoais quando usam um smartphone.
Código aberto é fundamental, afirmam especialistas, que dão algumas dicas de aplicativos que podem ser usados para proteção de dados.
- Sabemos há anos que, do ponto de vista da segurança, toda a infraestrutura de nossa rede de telefonia celular é completamente inútil. E isso sempre foi usado pela polícia e pelos serviços secretos, o que não é segredo para ninguém - diz o jornalista Jürgen Schmidt, editor-chefe do portal Heise Security.
Quem quiser recorrer à criptografia de dados para tentar proteger seu smartphone tem que primeiro superar um obstáculo logístico. "Para utilizar a criptografia, é necessário que a pessoa do outro lado da linha também a utilize. Não basta que só você codifique seus dados", explica Schmidt.
Opções e dicas de segurança
Desde os escândalos envolvendo espionagem de dados, muitas pessoas estão dispostas a fazer algo para proteger seus dados pessoais. E o mercado tem respondido a essa demanda com um crescente número de aplicativos (os chamados apps) de segurança para celulares. Com tantas ofertas, as pessoas têm que ficar atentas às características específicas desses aplicativos, aconselha o consultor Jürgen Fricke, especialista em comunicações.
Em primeiro lugar, o app deve ter sido programado de acordo com o princípio do código aberto, ou seja, o código fonte deve ser visível a todos. Só é possível garantir segurança quando se sabe tudo o que o app faz e, para isso, é necessário ter acesso ao código fonte. "Isso pode parecer um pouco paradoxal para um leigo, mas é exatamente o que precisamos", diz Fricke.
Diversos programas gratuitos seguem o princípio do código aberto. Para proteger o celular, Fricke recomenda programas como Text Secure, que criptografa mensagens multimídia e de texto, e o Chat Secure, segundo ele mais seguro do que programas de troca de mensagens como o WhatsApp.
Programas gratuitos para a criptografia de voz no exato momento em que se fala ao telefone ainda estão em desenvolvimento, diz Fricke. Para a troca de e-mails, ele recomenda softwares como K9 ou APG como uma boa solução para manter leitores indesejados longe da caixa de mensagens.
Junto com essas precauções, também é importante, assim como em qualquer outro computador, manter o smartphone sempre livre de vírus, lembra o especialista.
Sobre qual dos três meios de comunicação móvel chamada telefônica, SMS ou serviços via internet é o mais seguro, Fricke recomenda o último, desde que criptografado, é claro.
Perigo vem também dos criminosos
Para um cidadão comum, os maiores perigos não vêm dos serviços secretos, mas de criminosos. "Um exemplo são os navegadores de internet: os criminosos fazem uso de pequenas falhas nos programas – que com frequência existem há anos e, curiosamente, nunca são corrigidas", diz Fricke.
Fricke supõe que justamente as autoridades de segurança sejam responsáveis por esse desleixo elas agiriam em comum acordo com os desenvolvedores para deixar, de propósito, algumas frestas nos navegadores. "E os criminosos sabem disso e dizem: 'ótimo, enquanto eles não fecharem essas lacunas por razões estratégicas, podemos continuar atuando' – é assim que funciona esse horrendo mercado."
Essa teoria de ares conspiratórios também é sustentada por Schmidt. "De um ponto de vista técnico, seria possível melhorar os padrões de segurança. Mas o problema seria que, nesse caso, também a polícia, os serviços secretos e as agências de segurança não conseguiriam mais ter acesso quando fosse necessário, algo que, aparentemente, ninguém quer."
Por isso é tanto mais importante, dizem os especialistas, complicar a vida dos bisbilhoteiros de todas as maneiras possíveis.
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