Desmascarar a direita golpista

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Publicado Terça, 16 de Dezembro de 2014 às 09:10, por: CdB

O conceito de democracia (governo do povo) definido pelos gregos não deixa dúvidas: esse regime só pode assim ser entendido quando a maioria do povo passa a governar. Na velha Grécia, de poucos habitantes, era possível exercer tal prática através de assembleias especialmente convocadas para esse fim. Rep/Web   Numa sociedade de milhões e até de bilhões, como a chinesa e a indiana, essa democracia passa a ser exercida através de representantes, especialmente escolhidos para esse fim, seja por eleições diretas, como as existentes no Brasil - sem entrar no mérito de como ou de que forma cada um se elege - ou indiretas, como as que existem nos Estados Unidos, que já experimentou o vexame, recente, de assistir a apuração de uma eleição presidencial se arrastar por semanas e dá posse a um presidente que teve menos votos do que o “derrotado”, graças ao esdrúxulo colégio eleitoral americano que estabelece peso diferente inclusive para os tipos de votantes. Numa sociedade dividida em classes esses pressupostos, todavia, não passam de mera retórica. A direita nunca respeitou a vontade do povo. Assim, enquanto o povo elege os seus representantes ela faz, por conveniencia, a defesa do sistema democrático. Mas, se por qualquer razão, seus interesses são minimamente contrariados, ela não tem nenhum prurido em defender a deposição de quem eventualmente contrariou os seus interesses. Defende abertamente os golpes militares e executa uma criminosa campanha, por todos os meios que dispõe (legislativo, judiciário, executivo, meios de comunicação e principalmente os meios de produção) para viabilizar seu intento. A tática varia, mas as “bandeiras” no geral são as mesmas. Falam em combater a corrupção quando eles são os patrocinadores e beneficiários dessa prática odiosa que, em ultima análise, faz parte da essência do modo de produção capitalista; se apresentam como defensores da “liberdade” quando naturalmente eles são supressores até mesmo de sopros de experiências menos ditatoriais, como as que ocorrem no Brasil; e mesmo após o fim da “guerra fria” ainda recorrem ao surrado manual da Agência Central de Inteligência Americana (CIA) e propagandeiam um risco eminente de invasão socialista, de cubanização – pobre cuba que tanto tem lutado para alimentar seu povo – de bolivarianismo e outras apelações rasteiras, subestimando a inteligência do povo e a própria complexidade de uma sociedade como a brasileira. Mas é bom não subestima-los. Eles são reacionários, muitos são fascistas, americanoides, golpistas sem qualquer respeito pelo povo e suas instituições democráticas. Mas dispõem de todo um aparato – muitas vezes sem contestação – o que acaba tornando “verdade” a mentira repetida mil vezes, como ensinava o chefe da propaganda nazista Joseph Goebbels, do qual eles são admiradores e seguidores. Baseado nessa tática eles levaram Getúlio Vargas ao suicídio; depuseram João Goulart (Jango) através do golpe de estado de 1964; ensaiaram o impeachment de Lula por mais de uma vez e, agora, após mais uma fragorosa derrota, voltam a carga contra Dilma. Pouco importa se o povo escolheu Dilma, precisamente pelo fato de ter melhorado de vida, mesmo que de forma modesta. Importa menos ainda se o governo Dilma é o que mais combate a corrupção, numa proporção de 46% contra 4% de FHC. nada disso importa. Eles não podem suportar mais 4 anos fora do poder político nacional e tudo farão para inviabilizar o governo Dilma. Naturalmente as forças progressistas de esquerda, bem como as entidades do movimento popular reagirão a altura a qualquer provocação golpista. A intensidade dessa mobilização e mesmo o seu alcance dependerá, todavia, dos sinais que a nossa camarada Dilma Rousseff emitir. A palavra é sua presidenta!   Eron Bezerra,  é professor da UFAM, Doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Coordenador Nacional da Questão Amazônica e Indígena do Comitê Central do PCdoB.

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