Delcídio do Amaral foi solto na última sexta-feira após mais de 80 dias preso em Brasília
Por Redação, com Agência Senado e Agências de Notícias - de Brasília:
O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou na manhã desta terça-feira que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) “vai exercer o mandato na sua plenitude e na forma da Constituição Federal”.
— O que ele vai falar ou não vai falar é questão de foro íntimo. Quando o Supremo decidiu a primeira vez, nós chancelamos. Agora novamente nós vamos chancelar a decisão do Supremo, e ele exercerá o mandato — afirmou o presidente, ao ser recebido pela imprensa ao chegar ao Senado.
Na avaliação de Renan Calheiros, a prisão de Delcídio foi “tão rápida e fulminante”, que o senador nem conseguiu se manifestar.
— Talvez é um caso raro de alguém que não falou. Então é hora do senado ouvi-lo e saber o que ele tem a dizer — opinou.
João Santana
Sobre a prisão do marqueteiro João Santana, Renan Calheiros afirmou que não pode antecipar "cenários e desdobramentos" na condição de presidente do Senado e disse esperar do jornalista e publicitário um "depoimento esclarecedor".
— Ele, que fez campanhas em vários países, deve ter tomado os cuidados necessários, pois qualquer dia poderia ser questionado. Espero que ele esclareça tudo. Isso será bom para democracia — concluiu.
Pauta
O presidente do Senado também informou que dará continuidade às conversas com as lideranças partidárias para elaboração de uma pauta de consenso para as próximas votações.
- Ainda que não seja quanto ao mérito, mas pelo menos em relação à tramitação - explicou.
Delcídio foi solto na última sexta-feira após mais de 80 dias preso em Brasília, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que determinou a ida do senador para a prisão domiciliar.
OAB repercute a volta de Delcídio ao parlamento
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, afirmou na segunda-feira que a volta do senador Delcídio do Amaral(PT-MS) ao Senado é um “deboche com o cidadão e um desrespeito ao Parlamento”. Lamachia cobrou ainda celeridade do Conselho de Ética do Senado para a apreciação do processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar.
- A minha posição pessoal é de que a tentativa do senador Delcídio do Amaral de assumir o seu cargo no Senado é um verdadeiro deboche com o cidadão brasileiro e um desrespeito com o próprio Parlamento. E, portanto, nós esperamos que o próprio Parlamento, ele em si, já tome a dianteira nesse tema - disse o advogado, durante entrevista na sede da OAB.
Lamachia disse que vai levar o assunto para a reunião do Pleno do Conselho da OAB e que não descarta formalizar junto ao Conselho de Ética do Senado para que “haja prioridade total na apreciação desse caso da eventual cassação do mandato senador”, disse.
Eduardo Cunha
Durante a entrevista, Lamachia voltou a cobrar o afastamento “imediato” do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que também enfrenta um processo no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar.
Na semana passada, a OAB se posicionou pelo afastamento de Cunha da presidência da Câmara.
- Entendemos que ele não tem mais a mínima condição de continuar exercendo a presidência [da Câmara] enquanto ainda não tivermos um esclarecimento sobre o processo no Conselho Ética. A permanência de Cunha na presidência está seguramente afetando o devido processo legal, porque ele tem uma condição diferenciada e pode, sim, de alguma maneira, interferir no processo no Conselho de Ética - afirmou.
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