Em votação secreta, imposta em uma decisão da Mesa Diretora, presidida por Cunha, prevaleceu a traição de parte da base aliada
Por Redação - de Brasília
Em uma sessão marcada por pancadarias e xingamentos, no início da noite desta terça-feira, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu levar adiante mais uma etapa do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. A comissão que analisará o processo de impeachment na Câmara será representada por maioria por parlamentares ligados a Cunha e às forças de ultradireita, com 272 votos dos 471 deputados que votaram. A chapa que defende a permanência da atual mandatária obteve 199 votos.
Em votação secreta, imposta em uma decisão da Mesa Diretora, presidida por Cunha, prevaleceu a traição de parte da base aliada. O resultado foi comemorado por aliados de Cunha, que conseguiu uma outra vitória, na Comissão de Ética, que adiou por novas 24 horas a abertura do processo de cassação de seu mandato. Em plenário, deputados da base aliada estenderam uma grande faixa com a inscrição "não vai ter golpe".
Cunha terá a decisão questionada no Supremo
O início da votação que escolheu a comissão especial para analisar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) começou com tumulto entre os deputados. Deputados da base do governo, contrários à eleição por voto secreto determinada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tentaram ocupar as cabines de votação.
Na ação do PC do B junto ao STF também pedia que a eleição da comissão fosse feita por voto aberto. O Supremo, porém, não se pronunciou até o encerramento da sessão contra a decisão de Eduardo Cunha.
Na Comissão de Ética, porém, apesar do fôlego, a tendência é pela continuação do processo. Em nota, divulgada após a denúncia, Cunha negou as acusações, mas não tentou se explicar diante das denúncias. Preferiu atribuir a ação da Procuradoria-Geral da República a um complô entre Janot e o governo contra ele. Segundo afirmou, haveria um “acordão” que inclui a preservação de outro acusado pela Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros.
– Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente, com o desenrolar, assistiremos à comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do procurador, na tentativa de calar e retaliar minha atuação política – defende-se Cunha.
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