Cunha deve ser poupado em próximo ato "anticorrupção"

Arquivado em:
Publicado Segunda, 27 de Julho de 2015 às 10:40, por: CdB
Eduardo-Cunha-Reuters3.jpg
Líderes do movimento dizem que o foco é o impeachment, não Eduardo Cunha
Sem surpresas. Insuflados pela mídia e pela oposição derrotada nas urnas, os movimentos golpistas convocam uma “mobilização” para agosto. Sob a fachada de “combate à corrupção” – luta a qual todos os brasileiros são favoráveis – os líderes do movimento admitem o seu caráter golpista ao afirmarem que, apesar das denúncias do seu envolvimento na Operação Lava Jato, as manifestações não são contra o presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). - “Não vamos para cima do Cunha no dia 16. Ele tem um papel importante. Nosso foco é o impeachment - afirmou Carla Zambelli, do Nas Ruas, um dos grupos que convocam o ato, em entrevista ao Estado de S. Paulo. Apesar de ter sido acusado por um dos delatores da Operação Lava Jato de ter recebido propina, Cunha será poupado pelos golpistas pelo interesse que eles têm diante do rompimento político do parlamentar com o governo da presidenta Dilma. Ao estilo Cunha, após romper oficialmente com o governo, o presidente da Câmara decidiu tirar pedidos de impeachment que estavam na gaveta solicitando que os autores corrigissem os documentos para que os pedidos seguissem para “análise”, o que é incomum, pois quando os pedidos não atendem as regras do regimento são remetidas diretamente ao arquivo. No entanto, a movimentação não passa de jogo de cena, pois os pedidos apresentados não têm base jurídica e devem ser descartados. Os golpistas dizem que vão apresentar um novo “pedido”, agora embasado no parecer do jurista consultado pelo tucano Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB. - Tivemos na sexta-feira uma reunião com o Ives Gandra e mudamos nossa argumentação. Acrescentamos pareceres dos juristas Adílson Abreu Dallari e Bernardo Cabral, além dos argumentos do TCU sobre as pedaladas - disse Carla Zambelli. Segundo a matéria do Estadão, os tucanos reconhecem que Dilma tem força para derrotar o golpismo em plenário, mas avaliam que os pedidos já seria mais um fator de desgaste na linha política do quanto pior, melhor. Impeachment é um passo atrás No dia 16 de julho, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não é improvável, mas seria um passo atrás para a democracia e não deveria ocorrer. Cunha afirmou, em entrevista a jornalistas, que pediu análises jurídicas sobre pedido de impeachment protocolado na Câmara e espera ter uma posição nos próximos 30 dias. O deputado afirmou ainda que seu partido já não “aguenta mais” a aliança com o PT, e que o discurso unificado do PMDB a favor de uma candidatura própria para a Presidência em 2018 foi um “recado” à sociedade. Na quarta-feira Cunha, vice-presidente da República Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) confirmaram que a legenda terá candidatura própria nas eleições de 2018. Cunha disse que não há candidaturas acertadas e descartou inclusive especulações sobre o seu nome. – Não sou candidato a nada. Se o povo deixar eu voltar como deputado já vou ficar feliz”, garantiu. Para ele, as declarações de Temer e Renan mostraram que os peemedebistas agora estão falando “a mesma língua. Quando eu falava era rebeldia. O PMDB tomou um posicionamento político. Todos que têm influência e liderança no PMDB pensam iguais. Não aguentamos mais aliança com o PT – afirmou. Eduardo Cunha voltou a defender a saída de Michel Temer da articulação política do governo assim que as medidas do ajuste fiscal forem concluídas. – Ele assumiu a articulação num momento da mais grave crise de governabilidade. Se não tivesse assumido, as medidas de ajuste não teriam passado, mas na minha opinião não deveria continuar – disse. Para o peemedebista, a atual crise política aliada à crise econômica em que vive o país tendem a agravar a capacidade do governo Dilma Rousseff. Cunha voltou a defender o parlamentarismo como solução para o país e afirmou que se este fosse o regime atua, o Brasil não estaria vivendo esta crise institucional e política. Segundo ele, o tema será discutido assim que os parlamentares voltarem do recesso que começa a partir da próxima semana e a ideia é estudar alternativas que possam valer a partir de 2019.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo