A inauguração será transmitida ao vivo pelas redes sociais do Museu. O acesso ao público seguirá as restrições das medidas de prevenção contra a covid-19. Por isso, será possível adquirir o ingresso apenas pela internet, com dia e hora marcados.
Por Redação, com ABr - de São Paulo
A reabertura do Museu da Língua Portuguesa, instalado na histórica Estação da Luz, na capital paulista, ocorrerá no dia 31 de julho. A estrutura sofreu um incêndio de grandes proporções em 21 de dezembro de 2015 e teve que ser completamente reformada. Além do conteúdo das exposições, que foi revisto e ampliado, o prédio contará com um novo terraço, com vista para o Jardim da Luz e a torre do relógio, e instalações de reforço da segurança contra incêndio.
A inauguração será transmitida ao vivo pelas redes sociais do Museu. O acesso ao público seguirá as restrições das medidas de prevenção contra a covid-19. Por isso, será possível adquirir o ingresso apenas pela internet, com dia e hora marcados. Quarenta pessoas terão acesso ao museu, a cada 45 minutos. Além disso, cada visitante receberá um chaveiro touchscreen para que não seja necessário tocar nas telas interativas.
O museu foi reconstruído por iniciativa do governo do Estado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. A gestão é feita pela organização social ID Brasil Cultura, Educação e Esporte. Foram investidos R$ 85,8 milhões, sendo parte da iniciativa privada via lei federal de incentivo à cultura e da indenização do seguro contra incêndio.
Yorubá
Novas instalações entre as exposições de longa duração marcam a reabertura do museu. Elas ficam dispostas no segundo e no terceiro andar do prédio. Entre as novidades, está a “Línguas do mundo”, na qual mastros se espalham pelo hall com áudios em 23 diferentes idiomas. Foram escolhidas línguas, entre as mais de 7 mil existentes, que tenham relação com o Brasil, incluindo expressões originárias, como yorubá, quimbundo, quéchua e guarani-mbyá.
Os sotaques e as expressões do português no Brasil ganham espaço na instalação “Falares”. E os “Nós da Língua Portuguesa” mostram os laços e a diversidade cultural entre os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O idioma é falado em cinco continentes por 261 milhões de pessoas.
Continuam a ser exibidas, assim como nos quase 10 anos em que o museu esteve ativo, a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra influências históricas no português falado no Brasil e a “Praça da Língua”, que homenageia a língua falada, escrita e cantada com um espetáculo de som e luz. A praça, uma espécie de planetário, traz poemas e músicas interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele.
O museu tem curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto e contou com a colaboração de artistas, músicos, linguistas, entre outros profissionais.
Guimarães
A estreia na exposição temporária é com a mostra “Língua Solta”. “São 180 peças que vão desde mantos bordados por Bispo do Rosário até uma projeção de memes do coletivo Saquinho de Lixo, com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos”, explica o material de divulgação. Obras de artistas como Mira Schendel, Leonilson, Rosângela Rennó e Jac Leirner estarão expostos.
O museu recebeu, entre março de 2006 e dezembro de 2015, cerca de 4 milhões de visitantes, com mais de 30 exposições temporárias. Foram homenageados escritores como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Machado de Assis e Fernando Pessoa.
No começo do século passado, a Estação da Luz foi porta de entrada, na capital paulista, de imigrantes que chegavam ao Brasil, desembarcando no Porto de Santos. A reconstrução manteve os conceitos do projeto de intervenção original do arquiteto Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro, em 2006, mas foi aperfeiçoado.
O prédio ganhou mais salas de exposição e o terraço, com vista para o Jardim da Luz e a torre do relógio, será uma homenagem ao arquiteto Mendes da Rocha, morto este ano. O filho dele foi responsável pela nova versão.
Entre as melhorias de prevenção contra incêndio, está a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos). De acordo com os gestores do museu, apesar de não ser uma exigência legal, a medida foi sugerida pelo Corpo de Bombeiros e acatada pelos gestores.