A alguns velhos companheiros

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Publicado Quinta, 13 de Agosto de 2015 às 16:21, por: CdB
Por Gilson Caroni Filho - do Rio de Janeiro: Quando vivemos em uma sociedade polarizada pelo ódio de classes – potencializado pela grande mídia corporativa – muita gente tem preferido não expor discordâncias para não levar água para o moinho da intolerância. É um equívoco político. Não devemos evitar divergências para evitar o confronto. Ele é inerente à democracia.
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"Criticar medidas do governo não significa dar munição à direita"
Criticar medidas do governo não significa dar munição à direita. Ao contrário, é uma prova de que, apontando alguns desvios de rumo, estamos tentando preservar o que foi conquistado. Essa sempre foi uma característica da esquerda e, em dias alternados, rezo para que nunca a percamos. Tudo bem que há setores da oposição, não todos, que empregam práticas fascistas, mas não será com posturas stalinistas que os venceremos. Eu estaria fazendo o jogo da direita, e aí poderiam me chamar de coxinha travestido de esquerdista, se propusesse coisas como revisar marco jurídico de áreas indígenas para atender aos interesses do agronegócio. Isso, lhes asseguro, vocês jamais me verão fazer. Respeito os povos da floresta. Outra coisa. Aprendi, lendo Marx, que quando o capitalismo aliena o homem da natureza, ele passa a enxergá-la apenas como produto. Imaginem se eu iria aprovar o aceleramento de licenças ambientais, ignorar os danos causados ao ecossistema e à população que tiram dele o seu sustento. Outra coisa que assimilei bem, e isso devo ao PT, foi que o fator previdenciário era um desrespeito ao trabalhador, principalmente aos mais pobres que, por necessidade, entram mais cedo na labuta. Claro que nunca endossarei qualquer agenda que amplie a idade mínima para a aposentadoria. Isso é coisa de tucano ou não é? E o que dizer de cobrar da classe média pelo uso do SUS? Ele vai deixar de ser um serviço universal, tal como está assegurado na Constituição? Novamente, isso só pode ser coisa do PSDB. Temos que tomar cuidado com os infiltrados. E como temos. Ouvi também que o camarada Renan Calheiros apresentou uma proposta que proíbe “liminares judiciais que determinam o tratamento com procedimentos experimentais onerosos ou não homologados pelo SUS". Melhor para as operadoras de plano de saúde, impossível. Claro que sou contra. Mas li que a presidente gostou. Claro que só pode ser uma invenção do Partido da Imprensa Golpista (PIG). Mas, se você acha que isso é progressista, não vamos brigar por uma coisa tão pequena. Afinal, tenho as duas carteiras que nos irmanam: a do PT e a da Amil. O que nunca imaginei é que a duas guardassem qualquer tipo de relação. A imprensa noticia que o governo aprovou uma Lei Antiterrorista. Não acredito nisso por dois motivos. Seria um governo apoiado por movimentos sociais criminalizando a sua própria origem. E, por fim, como sou paranoico, temo que tal lei tenha efeito retroativo. Por tudo que foi exposto, contem comigo na luta contra estas mentiras dos coxinhas. Estamos juntos. Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia da Facha (RJ) e escreve para o Correio do Brasil.
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