Rio de Janeiro, 08 de Dezembro de 2024

Número de imigrantes e deslocados será recorde este ano

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Sexta, 18 de Dezembro de 2015 às 08:14, por: CdB

Como um número considerável de imigrantes chegou depois de junho, não foram levados em consideração para este relatório do Acnur

Por Redação, com ABr - de Genebra/Berlim: O ano de 2015 deverá registrar novo recorde de deslocados e imigrantes no mundo, depois de em 2014 esse número ter sido de 59,5 milhões de pessoas, mostra relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), divulgado nesta sexta-feira. – O ano de 2015 será, sem dúvida, de uma alta sem precedentes em matéria de deslocamentos forçados no mundo – escrevem os especialistas do Acnur, a propósito dos dados do primeiro semestre, que são a base do relatório. Segundo os peritos, “como o número de refugiados, de requerentes de asilo e de pessoas deslocadas continuou a crescer em 2015, é provável que seja muito superior” a 60 milhões de pessoas. No primeiro semestre de 2015, foram contabilizadas pelo menos mais 5 milhões de pessoas consideradas deslocadas - 4,2 milhões no interior do seu país e 839 mil que atravessaram a fronteira. No mesmo período, a Europa foi confrontada com a chegada sem precedentes de imigrantes por meio do Mar Mediterrâneo, sendo a maioria oriunda da Síria e de outros países afetados pela guerra. Como um número considerável de imigrantes chegou depois de junho, não foram levados em consideração para este relatório do Acnur. O número de refugiados no mundo aumentou 45% desde 2011. Os países da África Subsaariana acolhem a maioria dos refugiados (4,1 milhões), seguidos da Ásia e do Pacífico (3,8 milhões), da Europa (3,5 milhões), do Oriente Médio e da África do Norte (3 milhões). Um total de 753 mil refugiados vive no Continente Americano. O Acnur estimou 3,9 milhões de apátridas no primeiro semestre.
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Imigrantes que cruzaram fronteira da Sérvia com a Croácia aguardam em campo para fazer registro
 

Refugiados na Alemanha

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou na última segunda-feira que o governo vai trabalhar para diminuir o fluxo de refugiados. O anúncio foi feito durante o congresso anual do partido de Merkel, o União Democrata Cristã (CDU). A chanceler e a política de abertura aos refugiados defendida por ela vinham sofrendo duras críticas da ala mais conservadora do partido. Com uma abordagem centrada nos níveis alemão, europeu e global, Merkel prometeu uma “notável redução” no fluxo, num momento em que a estimativa é de que o ano termine com mais de 1 milhão de pedidos de asilo. Até o final de novembro, 964.574 refugiados entraram no País. “É do interesse da Alemanha, de olho no desafio de garantir acomodação e a integração dos refugiados à sociedade e ao mercado de trabalho. É do interesse da Europa, devido à situação interna e do papel do bloco. E é do interesse dos próprios refugiados, porque ninguém deixa seus lares sem pensar, não importa o motivo”, disse em discurso a líder alemã. Porém Merkel não falou em impor limites. Ela ressaltou que o país vai continuar a cumprir sua responsabilidade humanitária e que, como maior potência econômica do Continente Europeu, a Alemanha tem o dever “moral e político” de acolher os mais vulneráveis, sobretudo os refugiados sírios. A chanceler também defendeu a decisão, tomada em Setembro, de ignorar as regras do Espaço Schengen e abrir as fronteiras para as milhares de pessoas que ficaram retidas na capital húngara depois que o governo fechou a principal estação de trem e cancelou viagens internacionais. Para Merkel, tratou-se de um imperativo humanitário. “Algo que parecia distante de nós, que nós só víamos pela televisão, estava literalmente batendo à nossa porta”, disse. Diante dos números recordes e das pressões para conter o fluxo, o governo alemão tem como desafio imediato acelerar os procedimentos burocráticos. No final de novembro, dos 425 mil pedidos de asilo, mais de 355 mil ainda não haviam sido processados. O ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse esperar que o processo se acelere nos próximos meses, depois da criação de 4 mil postos de trabalho na Agência Federal para Migração e Refúgio.
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