Haddad reiterou que o governo tem focado sua atenção em medidas estruturais para estabilizar a economia e combater a inflação.
Por Redação – de Brasília
Em meio a uma batalha sem trégua contra as notícias falsas disseminadas pelas redes sociais, com o apoio da mídia conservadora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou, nesta sexta-feira, uma nova reunião com seus ministros para sinalizar algumas soluções para as altas sistemáticas nos preços. Lula ouviu uma série de sugestões para reduzir o custo de vida, mas aproveitou para negar as narrativas mentirosas disseminadas ao longo das últimas semanas.

Logo após o encontro, no Palácio do planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que haja algum plano do governo para reduzir tributos com o objetivo de reduzir os custos dos alimentos. A versão falsa foi notícia em veículos da mídia e chamada por Haddad de “boataria”. Segundo o ministro, a discussão sobre subsídios à cadeia alimentícia não está na pauta da equipe econômica.
Haddad reiterou que o governo tem focado sua atenção em medidas estruturais para estabilizar a economia e combater a inflação.
— Não há, em nenhum momento, uma discussão séria dentro do governo sobre reduzir tributos ou subsidiar alimentos. Essa ideia não existe, é fruto de especulações infundadas — afirmou Haddad.
Ajustes
O ministro reforçou que o governo está comprometido com soluções de longo prazo para os desafios econômicos, e evitar medidas que poderiam ter impacto fiscal negativo sem resolver os problemas estruturais.
O ministro pontuou que iniciativas para conter a inflação, especialmente nos alimentos, estão centradas em políticas macroeconômicas e no incentivo à produção, e não em subsídios pontuais.
— Nós entendemos que a inflação de alimentos afeta diretamente a população mais vulnerável, mas as soluções precisam ser sustentáveis. Não vamos comprometer o ajuste fiscal com medidas que apenas mascaram o problema — acrescentou o ministro.
Entre as medidas apresentadas ao presidente Lula, nesta manhã, estão incentivos para a agricultura familiar, melhoria na logística de transporte e revisão de políticas de estocagem, que visam estabilizar os preços no longo prazo. O foco, segundo Haddad, é aumentar a eficiência da cadeia de produção e distribuição, reduzindo custos para os consumidores de forma estrutural.
Alíquotas
O ministro também criticou o que chamou de tentativa de politização do debate sobre tributação e preços de alimentos.
— Transformar essa questão em um discurso fácil pode gerar mais danos do que soluções. É preciso seriedade na formulação de políticas públicas — ponderou.
Em linha com o colega da Fazenda, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na entrevista coletiva convocada após o encontro com o presidente que o governo avalia, sim, reduzir alíquotas para conter a alta no preço dos alimentos.
— Se os preços desses produtos no mercado internacional estiverem mais baixos do que no mercado nacional, isso será rapidamente analisado e a alíquota de importação desses produtos será reduzida. Ou seja, os produtos que estejam com o preço interno maior do que o preço externo, nós atuaremos na redução de alíquota para forçar o preço a vir pelo menos para o patamar internacional — concluiu Costa.