Rio de Janeiro, 06 de Novembro de 2024

Eduardo Cunha diz que fica na Câmara mesmo denunciado

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Sábado, 25 de Julho de 2015 às 14:39, por: CdB
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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está prestes a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República, mas descarta possibilidade de se afastar do cargo mesmo se for encaminhado à Justiça por envolvimento na Operação Lava Jato. - A eventual denúncia, se ocorrer, terá de ser apreciada pelo plenário do STF. Não cogito qualquer afastamento -  disse Cunha em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. O consultor da Toyo Setal e delator, Júlio Camargo, disse ao juiz Sérgio Moro (condutor das investigações decorrentes da Lava Jato) que o presidente da Câmara pediu propina de US$ 5 milhões em um contrato de sonda da Petrobras. Camargo também fez a acusação ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, que deve encaminhar a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). Por ser presidente da Câmara, as denúncias contra Eduardo Cunha terão de ser analisadas pelos 11 ministros do Supremo. O Planalto tem esperança de que a denúncia seja feita de fato ao STF, para frear Cunha, que desde que foi eleito para o cargo, em fevereiro último, tem articulado derrotas significantes para o governo na Câmara. Mas já rompido com o Planalto, Eduardo Cunha ironiza a aposta contra sua queda. "Se o Planalto tivesse força para fazer alguém, o presidente teria sido Arlindo Chinaglia e não eu." Chinaglia (PT-SP) era o candidato do governo e foi derrotado pelo peemedebista. Conterrâneo e aliado de primeira hora de Cunha, o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), disse em nota que o partido "não aceitará especulações que visem a enfraquecer a autoridade institucional" do presidente da Casa. Do lado da presidente Dilma Rousseff, seu núcleo político veem a movimentação de Cunha com cautela, porque acreditam que ele usará o recesso parlamentar de julho para buscar apoio. A avaliação é que o efeito prático do rompimento de Cunha com o governo só poderá ser medido após o recesso, quando voltar a haver votação de matérias do governo em plenário. Durante o recesso, o comando do governo vai seguir estratégia de buscar fortalecer o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tinha adotado postura mais agressiva com o governo, mas que, agora, espera o governo, pode voltar a ser um importante e poderoso aliado.
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